Quénia vai eliminar vistos para todos os cidadãos africanos a partir do próximo ano

Os vistos para visitar o Quénia serão eliminados para outros cidadãos africanos a partir do próximo ano, como parte de um movimento para a abertura do comércio e das viagens dentro do continente.

“Até ao final deste ano, nenhum africano será obrigado a ter um visto para vir ao Quénia”, disse o presidente do Quénia, William Ruto, numa conferência sobre alterações climáticas no Congo-Brazzaville.

Os requisitos de visto dispendiosos e demorados, bem como as tarifas aéreas elevadas, há muito que criam barreiras às viagens inter-africanas para os titulares de passaportes africanos; 32 dos 54 países africanos ainda exigem que os nacionais de metade ou mais países do continente obtenham um visto.

“Os nossos filhos deste continente não deveriam ficar presos nas fronteiras da Europa e também nas fronteiras de África”, disse Ruto. O Quénia será o quarto país africano a fazer a mudança e a oferecer viagens irrestritas aos africanos, depois da Gâmbia, Benim e Seicheles.

As Seicheles, uma nação insular da África Oriental que depende fortemente do turismo, foram as primeiras a fazê-lo em 2016. Ruto disse que a remoção de barreiras é necessária para facilitar a implementação da zona de comércio livre continental africana. “É altura de percebermos a importância do comércio entre nós e de permitir que bens, serviços, pessoas e ideias circulem livremente por todo o continente”, disse ele.

A União Africana redobrou nos últimos anos os seus apelos para que mais países africanos eliminassem as barreiras às viagens. Lançou um passaporte da UA em 2016 para permitir viagens irrestritas aos africanos dentro do continente.

No entanto, a implementação foi limitada e os passaportes são utilizados principalmente por diplomatas e altos funcionários. Os países africanos têm sido lentos a fazer mudanças devido às preocupações relacionadas com o crime e a segurança.

Fonte: The Guardian

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