Escassez de postos de abastecimento operacionais

A zona Leste é a mais “cinzenta” em termos de cobertura de postos de abastecimento operacionais. A província do Moxico, que é a maior do País, tem apenas 14, e a segunda maior, que é o Cuando Cubango, conta com 9 bombas de gasolina. Já em Luanda existem 350, uma média de 1 posto para cada 7 Km2.

Angola tem 900 postos de abastecimento de combustíveis operacionais, 488 postos são construídos de raiz e 412 são contentorizados, sendo que estão distribuídos em todo território nacional (1.246.700 Km2), o que corresponde, em termos médios, a um posto por cada 1.385 Km2, calculou Expansão com base nos dados de Julho de 2022 do Instituto Regulador dos Derivados de Petróleo (IRDP).

O número de postos vinha a cair há quatro anos, sendo que no último trimestre voltou a subir, Apesar de não estar definida universalmente a área ideal por posto de abastecimento (PA), depende das características do terreno, mas é importante para analisar a actividade económica de cada região, uma vez que as necessidades de energia são sinónimo de desenvolvimento dos vários sectores.

Serve igualmente para comparar o grau de desenvolvimento entre as diversas regiões, sendo que no caso particular de Angola, as questões da logística (distribuição e armazenagem), e a proximidade da fronteira (devido à diferença de preço dos combustíveis com os países vizinhos), também influenciam directamente a distribuição dos postos pelo território nacional. Geralmente, a implementação de bombas de combustíveis está associada à necessidade de consumo de combustíveis das próprias regiões, que está relacionado com o desenvolvimento socioeconómico de cada zona

Em 2018 eram 1.015 postos de combustíveis operacionais e no final de Junho deste ano, estavam contabilizados 900, sendo que 115 bombas de combustíveis deixaram de operar. Na base destas “desistências” está a baixa margem de lucros do negócio, o que o IRDP chama de “não ajustamento dos preços de venda ao público dos principais combustíveis”, que influencia a rentabilidade de cada um deles. Junta-se também a falta de manutenção das instalações de armazenamento de combustíveis nas províncias, que levam os combustíveis aos postos de abastecimento, provocando o funcionamento intermitente de muitos postos, que depois acabam por estar inoperantes.

Não havendo garantia que podem abastecer regularmente os seus postos, os empresários acabam por desistir e fechar o negócio. Outros factores de peso têm a ver com “as dívidas acumuladas pelos agentes/concessionários junto dos fornecedores”, que levam a quebras de fornecimento que com o tempo se tornam permanentes, e a falta de peças sobressalentes para superar eventuais avarias, sempre um problema para quem está fora das grandes cidades. Todos estes factores estão ligados à “fraquíssima margem” de lucros, o que implica que a rentabilidade tenha que ser garantia por volume, o que em muitos casos não é possível assegurar

De acordo com Patrício Quingongo, CEO da PetroAngola, a tendência negativa do crescimento dos PA”s está ancorada na atractividade das zonas a investir, ou seja, o potencial de consumo. Contudo, o posto de abastecimento deve ser primeiro uma actividade rentável e “depois os empresários vão colocar os equipamentos onde há desenvolvimento, mas se o País não tiver desenvolvimento esta tendência vai continuar a agravar-se”, explica.

Para o CEO da PetroAngola, o investimento nos postos de combustíveis obedece também ao binómio oferta e procura. E a oferta limitada de combustíveis que o mercado angolano possui não permite que este tipo de negócio cresça. Há apenas um importador de refinados e dois distribuidores de combustíveis, os preços estão tabelados, o que impede a concorrência entre os operadores. Para se ter uma ideia, existem no País 22 instalações de armazenamento de combustíveis, com uma capacidade total de 675.968 m3 de combustíveis. Todas estas instalações são operadas pela Sonangol Logística ou pela Pumangol.

Luanda tem mais de 1/3

Em termos práticos, se a média de bombas de combustíveis a nível nacional é de 1.385 por Km2, ao olharmos para a província de Luanda a realidade é completamente diferente, ou seja, por cada 7 Km2 existe uma bomba de combustível. São no total 350 PA”s concentradas na capital, mais de 1/3 das bombas de combustíveis do País.

Outro dado interessante é que em 41 dos 164 municípios do País não há postos operacionais. Em alguns houve e deixaram de funcionar, noutros, nunca houve. O fundamental nesta diferença entre a capital do País e as outras 17 províncias está no potencial de consumo de energia, que é fundamental para impulsionar o negócio das bombas de combustíveis. No entanto, a tendência da queda do negócio é generalizada para todas as províncias, apesar de no IIº trimestre deste ano ter havido um sinal de crescimento, mais 15 em relação ao trimestre anterior.

Dos 900 postos de abastecimento, 388 pertencem a pequenos operadores considerados como de Bandeira Branca, uma quota de 43% sobro o total do País. Segue-se a Sonangol Distribuidora com 333, 37% dos postos, a Pumangol que representa 9% do total (78), a Sonangalp com 54 postos equivalente a 6%, e a Total com 47 postos, 5% da quota do mercado.

Acrescente-se que enquanto houver subvenção do Estado aos combustíveis, e não for possível liberalizar os preços, não irão haver outras multinacionais interessadas em entrar em Angola, promovendo a concorrência que implica sempre a melhoria do serviço ao cliente.

 

 

Fonte: Expansão
Ver mais em: https://expansao.co.ao/economia/interior/um-posto-de-abastecimento-por-1385-km2-110333.html

 

 

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