Afreximbank pretende financiar as petrolíferas africanas

O Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank) dispõe de mil milhões de dólares, que vão servir para a constituição de uma instituição financeira, focada, essencialmente, para suportar as operações de petróleo e gás, das empresas nacionais, membros da Organização dos Países Produtores de Petróleo (APPO), afirmou, segunda-feira, em Luanda, o presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Gaspar Martins.

O responsável que assumiu a presidência do Fórum das empresas nacionais de petróleo, na qualidade de anfitriã, durante a 3ª Reunião dos Presidentes e Directores das companhias membros da Organização dos Países Africanos Produtores de Petróleo e Gás (APPO), que Angola albergou sob o lema “Transição energética”, indicou que as companhias petrolíferas nacionais vão, também, contribuir com uma quota, por discutir, para reforçarem a carteira do Afreximbank, para a concretização das acções de suporte à actividade petrolífera.

“As empresas nacionais, membros da APPO, deverão encontrar outros tipos de fontes para reforçarem a carteira do Afreximbank, para que possa suportar as operações das actividades das empresas produtoras de petróleo e gás. Devemos trabalhar no sentido de ajudarmos o Afreximbank na constituição deste banco africano, para o financiamento das actividades do petróleo e gás em África”, disse.

Reconheceu que, apesar dos esforços da grande parte das empresas nacionais produtoras de petróleo, em contribuírem para a constituição de um banco africano para o suporte da actividade petrolífera, algumas apresentam dificuldades estruturais e financeiras, mesmo ter-se avançado com alguns passos, para a efectivação do processo.

Debate

A 3ª Reunião dos Presidentes e Directores das empresas nacionais da Organização dos Países Africanos Produtores de Petróleo e Gás (APPO), debateu temas relacionados com “Opções de financiamento de projectos e operações de petróleo e gás”, “As infra-estruturas transfronteiriças e mercados regionais”, “As opções de desenvolvimento de recursos e parcerias”, “As estruturas e mecanismos de gestão do conteúdo local”, “A capacitação e especialização do Capital Humano”, “A tecnologia para a indústria de petróleo e gás” e “As opções de colaboração e actividade conjunta da APPO.

A Organização das em-presas nacionais dos Países Africanos Produtores de Petróleo e Gás (APPO), que foi criada em 1987, com o objectivo de ajudar as instituições do Estado a manterem cooperação no sector de Petróleo e Gás para o crescimento económico de África, tendo em conta, a melhoria das condições de vida das populações, é constituída por 17 países, nomeadamente Algéria, Angola, Benin, Camarões, República do Congo, RDC, Côte d’ Ivoire, Guiné Equatorial, Egipto, Gabão, Ghana, Líbia, Namíbia, Nigéria, África do Sul e Tchade.

Sonangol lidera grupo africano de empresas produtoras

A Sonangol assume a gestão do Fórum das Petrolíferas Africanas, testemunho recebido da Nigéria, no decurso da terceira reunião das petrolíferas nacionais dos países membros da Organização Africana dos Produtores de Petróleo (APPO), ocorrida na segunda-feira, no Hotel Intercontinental Luanda.

O secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, em representação do ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, enalteceu a oportunidade de os participantes contribuírem, conjuntamente, para a criação de uma agenda africana que potencialize os recursos para o desenvolvimento das economias.

“Nós, países africanos produtores de petróleo, temos de seguir a nossa própria agenda sobre a transição energética e não a de terceiros. Devemos usar os recursos minerais para ajudar os nossos países a melhorarem as condições de vida das nossas populações”, enfatizou, acrescentando que “é urgente utilizar todos os recursos financeiros que provêm do petróleo, a registar preços altos, para diversificar as economias e diminuir a dependência do petróleo.”

O anfitrião do encontro, Gaspar Martins, observou a importância do encontro para estreitar os laços de irmandade, cooperação e colaboração, cruciais no processo de criar os requisitos essenciais para a sustentabilidade, promoção e o desenvolvimento da indústria de energia.

O PCA da Sonangol destacou, também, o papel da organização para a materialização da estratégia energética de África.

“No sentido de assegurar a sustentabilidade da indústria e a segurança energética do continente, a APPO tem o papel crucial, enquanto órgão responsável pela promoção da cooperação no campo dos hidrocarbonetos dos países membros e promover a colaboração, bem como a criação de parcerias, tendo no petróleo o catalisador para a segurança energética, o desenvolvimento sustentável e a diversificação económica de África”, referiu.

Fonte: Jornal de Angola
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