Um grupo de trabalho de peritos da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou, esta terça-feira, um relatório à Assembleia-Geral daquele órgão, em que comprova que os efeitos do legado colonial continuam a prejudicar o desenvolvimento das crianças descendentes de africanos na diáspora.
“Devido à discriminação racial, estereótipos raciais e xenofobia sistemática, as crianças de descendência africana não são consideradas crianças de todo”, começou por dizer a presidente do grupo de peritos, Catherine Namakula, citada pelo Notícias ao Minuto, que avança a notícia.
“Em toda a diáspora, estas crianças enfrentam um policiamento mais pesado, incluindo mais detenções, vigilância policial, perfis raciais, buscas corporais e uso excessivo de força”, acrescentou.
A infância destas crianças “é roubada pelas disparidades raciais no policiamento e nas intervenções familiares, incluindo na retirada das crianças e na eliminação dos direitos parentais, com decisões e resultados baseados na raça”, reforçou o grupo de peritos.
“Os peritos exortaram a ONU e outros actores a pararem de usar imagens de crianças africanas em circunstâncias indignas, para efeitos de marketing e de angariação de fundos, e lidar com os estereótipos negativos”, pode ler-se no comunicado, que defende que “as crianças de descendência africana não são sinónimo de pobreza”, sublinha a mesma fonte.
Fonte: Jornal de Angola
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