O Presidente da República, João Lourenço, inaugurou, quarta-feira, em Luanda, a primeira escola virtual da Rede 42 no país, nas instalações do Instituto Politécnico de Tecnologias de Comunicação (ISPTEC), no Distrito Urbano de Talatona, que vai garantir formação aos cidadãos nacionais sobre os conceitos de programação e codificação de computadores.
A primeira escola da Rede 42 abriu as portas, pela primeira vez, na capital francesa, Paris, em 2013, e actualmente conta com mais de 15 mil alunos em mais de 25 países, sendo Angola o primeiro na África Austral a abraçar o projecto, que custou aos cofres do Estado 14 milhões de dólares, mais 2 mil milhões de kwanzas, concedidos pela petrolífera nacional, Sonangol.
A aprendizagem na Escola 42 Luanda será feita sem professores, nem livros, mas pelo desenvolvimento de projectos que permitam aos estudantes ganhar pontos e passarem de níveis. O programa de formação na instituição está estruturado em 21 níveis de aprendizagem, sendo que com a conclusão dos sete primeiros, o aluno conclui um “tronco comum”, que é igual para todos os alunos da rede, estejam eles em Luanda, Singapura ou outro país.
Os estudantes bem-sucedidos são colocados no mercado de trabalho, realizam um estágio profissional de seis meses e posteriormente decidem a área de especialização que pretendem seguir, entre computação gráfica, desenvolvimento web e móvel, administração de redes e cibersegurança.
Os projectos nas instituições são desafios definidos ao nível dos Comités Pedagógicos, podendo ser complementados com iniciativas das equipas de tecnologia e pedagogia das escolas 42 de cada país.
Em Luanda, a instituição de cariz mundial vai funcionar 24 horas, sem horários pré-definidos. Cada aluno terá a responsabilidade de construir o seu próprio plano de aprendizagem.
Ao nível dos países de língua portuguesa, as escolas da Rede 42 também são localizadas nas cidades de Lisboa e Porto (Portugal), bem como de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte (Brasil). A Rede 42 também marca presença nas maiores praças financeiras mundiais, como Singapura, Londres, Hong Kong e Luxemburgo, sendo reconhecida como uma das melhores escolas de programação a nível mundial.
O Chefe de Estado, acompanhado da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, dos ministros de Estado, membros do Executivo e demais personalidades convidadas, procedeu ao corte da fita do centro de formação e assistiu a um vídeo institucional que retratou, com detalhes, todos os pormenores do projecto.
Ao Presidente João Lourenço foi apresentada, na ocasião, a equipa de técnicos nacionais que esteve engajada na materialização do projecto, liderada pela Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço.
Experiência deve ser expandida a outras regiões
O director do Gabinete de Quadros do Presidente da República disse que tudo está a ser feito para convencer filantropos, pessoas individuais e aos níveis institucional e empresarial, no sentido de apoiarem iniciativas destinadas à criação de outros campos 42 noutras regiões do país.
“Precisamos de apoio para levar a Escola 42 para outras regiões, além de Luanda”, afirmou Edson Barreto, para quem, numa primeira fase, será criado um programa de incentivos para os jovens de outras províncias, cujas candidaturas sejam aceites como alunos da Escola 42, consubstanciado na atribuição de um financiamento para que possam suportar o custo de vida na cidade de Luanda.
O director do Gabinete de Quadros do Presidente da República sublinhou que a instituição de ensino ontem inaugurada é “completamente” financiada pela Sonangol (fundadora do projecto), que suporta todos os custos associados à implementação do projecto.
Edson Barreto referiu que o único requisito solicitado aos jovens para aderirem à instituição é terem força de vontade, desejarem aprender codificação e programação e possuírem no mínimo 17 anos. “Não é preciso nenhum “background” específico para ser aluno e formar-se na instituição”, observou.
Edson Barreto referiu que a Escola 42 Luanda prevê formar, até 2027, 562 programadores de elite, com o registo de entrada na instituição de 142 estudantes por ano.
Segundo Edson Barreto, convidou os cidadãos formados em áreas de fraca empregabilidade no sentido de candidatarem-se na Escola 42, para fazerem a reconversão das suas carreiras para áreas de elevada empregabilidade.
“Todos os que estão em situação de não empregabilidade têm hoje uma oportunidade de converter as suas carreiras e ganharem novamente o controlo profissional das suas vidas”, afirmou.
Fonte: Jornal de Angola
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