Empreender para melhorar a qualidade de vida em Angola

Casada e mãe de três filhos, Elisabete Capiñala confessa ter optado por um caminho certo, o do empreendedorismo, na medida em que ajuda jovens a criar renda e a contribuir para a melhoria da qualidade de vida das respectivas famílias

Professora, empreendedora, escritora e mentora de negócios, Elisabete Tchionga Florentino Capiñala, 29 anos, é licenciada em Ciências da Educação, na especialidade de Linguística Inglesa, pelo Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) – Benguela. Nasceu no bairro Lixeira Candumbo, junto ao templo da Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA) – Betânia, já foi professora no Colégio Elisângela e no Instituto Médio de Saúde Kafuxi, arredores de Benguela.  Leccionou, igualmente, a disciplina de Inglês na Escola Metodista,  na terra das Acácias-Rubras

Porém, é na área do empreendedorismo feminino que realiza o seu sonho de ajudar outros jovens (homens e mulheres) a ter emprego e criar renda.

Elisabete Tchionga Florentino Capiñala, como empreendedora idealiza negócios e ensina jovens a transformar ideias em negócios lucrativos. Já passaram pelas suas mãos mais de 100 jovens, com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos, das províncias de Benguela, Luanda, Huambo, Huíla, Namibe, Cabinda, Cunene, Uíge e Cuanza-Sul. Os jovens, na sua maioria, empreendem, actualmente, nos sectores da beleza, construção civil, educação, saúde e alimentação.

Casada e mãe de três filhos, Elisabete confessa ter optado por um caminho certo, na medida em que ajuda jovens a criar renda e a contribuir para a melhoria da qualidade de vida das famílias.

O faro de empreender, explicou, começou nela aos 17 anos, quando foi convidada por uma amiga para fazer parte de uma empresa brasileira em Benguela como revendedora de cosméticos. A partir daí, explicou, nunca mais parou. Elisabete Capiñala lembrou que, depois de alguns anos, devido à crise económica e financeira, a empresa foi forçada a parar de enviar produtos para Angola, o que a obrigou a dar aulas nos colégios acima referenciados. Depois de algum tempo, começou a vender cosméticos numa empresa espanhola. Mas, como se tem dito “o que é bom dura pouco”: a  empresa espanhola fechou as portas.  Elisabete Capiñala sorri ao contar esta história ao caderno Fim-de-Semana do Jornal de Angola.

Por intermédio de um concurso público foi admitida como docente no Ministério da Educação, em Benguela. Passou a  leccionar a disciplina de Inglês no I ciclo do Ensino Secundário. Nesse período, já era casada e tinha dois filhos.

Trabalhou cinco anos em regime probatório. “Quando concorri já era licenciada, porém, o concurso era destinado a técnicos médios”, explicou, acrescentando que o concurso foi feito em 2014 e só começou a trabalhar entre 2017 e 2018.

“Houve actualizações de categoria e não fui contemplada. Tal realidade deixou-me triste e preferi voltar a empreender na área de venda de cosméticos, já numa empresa chinesa, onde consegui, em oito meses, facturar um valor equiparado a dois anos de salário no sector da Educação. Preferi abdicar da função na Educação”.

No mundo do empreendedorismo beneficiou de uma formação nos Estados Unidos da América, no âmbito do programa Mandela Washington Fellowship, direccionado para jovens líderes africanos, patrocinado pelo Governo dos EUA.  “Fui seleccionada para esta formação porque eu era a mentora do projecto de empoderamento feminino Conversas de Mulheres ‘Woman Talk’”, explicou. A formação decorreu durante 45 dias na Universidade Notre Dame, na cidade de Indiana South Bend.

Durante a formação Elisabete Capiñala visitou as cidades de Washington, Chicago e Detroit. “Tive o prazer de conhecer o famoso médico cardiologista Ben Carson e estar em acções de intercâmbio com 25 países africanos”, contou, salientando que a formação, que decorreu de Junho a Agosto de 2019, foi um sucesso que lhe abriu outras oportunidades e horizontes, de tal modo que ficou convencida que era possível viver de negócios e do empreendedorismo.

Em 2021, Elisabete Capiñala viajou para os  Emirados Árabes Unidos (Dubai) e em 2022 para Moçambique. “As duas viagens ficaram-me marcadas na memória, pois me fazia acompanhar pelo esposo. Não basta só ter dinheiro. O mundo do empreendedorismo possibili-  ta-me trabalhar a partir de casa com um telefone e ao mesmo tempo cuidar dos filhos, coisa que não era possível ao ter que ir sempre ao serviço”.

Com os proventos do empreendedorismo Elisabeth adquiriu uma viatura  de ocasião,  montou uma empresa e arrendou um espaço onde ministra formação no ramo. Começou por localizar a sua empresa no bairro Benfica, em Benguela, mas actualmente  está  no bairro Bela Vista Alta, em instalações próprias construídas de raiz.

No mundo da escrita

Elisabete Capiñala é autora de um livro  motivacional,  “Todos Podemos Vencer”, com 68 páginas, lançado em Outubro de 2022, em Benguela. A sua história, desde a infância até aos dias de hoje, é o assunto da obra. Para ela, muitos jovens acreditam que alguém vai realizar os seus sonhos e, quando fracassam, há sempre um culpado. “Vejo muitos jovens com diplomas e habilidades à espera de doações ou emprego no Estado, e, quando o sonho é frustrado, quase que morrem de fome”, disse, esclarecendo que o livro foi escrito para incentivar os jovens a descobrir-se e a tomar posse das suas habilidades, talentos, dons e a ganhar dinheiro com isso ou a lutar por uma vida melhor.

Explicou ainda que cada pessoa tem uma habilidade. “É único e é irrepetível e faz-nos crer que podemos vencer, independentemente da área de actuação. Acredito que todos podemos ser empreendedores”.

Maior sonho

Ter uma escola de empreendedorismo, independentemente da província, é o sonho de Elisabete  Capiñala. O seu foco continua a ser o mesmo: ajudar as pessoas a criar riqueza mediante o empreendedorismo.

Além da escola, a mentora de negócios almeja trabalhar com comunidades rurais, para transmitir-lhes  conhecimentos sobre o empreendedorismo e a capacidade de transformarem os seus próprios produtos do campo. “Tenho um colega com o qual participei na formação nos Estados Unidos  e transforma a mandioca em etanol e em energia solar. Isso impactou-me muito. Todos os dias vejo os nossos produtos a serem banalizados, como por exemplo o ananás que é produzido em abundância nos municípios do Balombo e Bocoio”, indicou, referindo-se também ao abacate, que, segundo disse, “é produzido na província do Huambo e devido ao pouco aproveitamento chega mesmo a estragar-se”.

Na opinião de Elisabete Capiñala, o empreendedorismo é um estilo de vida e tem a ver com a inovação, a criatividade e a produção, e devia ser ensinado às crianças. Ao fazer-se isso, defendeu, evitaria-se-ia que muitos jovens perdessem tempo nas universidades a estudar coisas que não têm nada a ver com o seu talento, vocação e habilidade. “Com o ganho, incentivaríamos os jovens a transformar os conhecimentos obtidos em produtos ou serviços para ganhar dinheiro. Ajudariam  a melhorar a qualidade de vida da comunidade onde estão inseridos”.

Proveito das TICs

Elisabete Capiñala realiza, igualmente, workshops e masters class online, usando para tal as plataformas Zoom, Google Drive e Telegram. Informou que actualmente os cursos de empreendedorismo estão a ter mais adesão via online do que presencial. Os alunos que cursam online estão espalhados pelas várias províncias do país e também em  Moçambique e Cabo Verde.

Perfil

Nome
Elisabete Tchionga Florentino Capiñala

Filiação
Domingos Jamba Florentino e Florentina Passo Florentino

Naturalidade

Benguela

Data de nascimento

21 de Junho de 1994

Estado civil
Casada

Cores preferidas
Laranja, preto e branco

Tempos livres
“Gosto de ler, escrever, dançar e cantar com os meus filhos”

 Virtude
“Sou leal e alegre”

 Defeito
“Teimosia”

Prato preferido
Funge com feijão de óleo de palmae calulu

Em quem se inspira?
“Na minha mãe”

 Desporto
Xadrez

Fonte: JA

ver mais em: https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/todos-podemos-ser-empreendedores/

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