A Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) vai retomar uma série de projectos para a expansão da rede eléctrica na província de Luanda, anunciou o presidente do Conselho de Administração da instituição.
Hélder Adão avançou que, entre esses projectos, consta o reinício dos trabalhos na zona da Vila Flor, Weza Paradaise, Porto Seco, Calumbo, Panguila e Funda.
O PCA da ENDE assegurou que tais projectos de electrificação teriam conclusão, há um ou dois anos, uma vez que muitos desses chegaram a ter início, no quadro do programa de expansão da rede a nível de Luanda.
O responsável assegurou, ainda, a existência de projectos com linhas de financiamentos aprovados pelo Titular do Poder Executivo, que visam a electrificação das zonas do Mussulo, Cabo Ledo e Sangano.
Hélder Adão anunciou a mobilização de mais recursos, não só para Luanda, mas, também, para todas as províncias. Por exemplo, disse existir um financiamento que vai permitir a ampliação da electrificação em Cangadala, Vila de Malanje e levar a energia aos municípios da região Centro do país, com destaque para a Nharea, Camacupa, Catabola e An-dulo (Bié) e Tchicala-Choloango (Huambo).
O responsável informou que a ENDE tem iniciativas aprovadas e, praticamente, por iniciar, fruto de um financiamento do Governo norte-americano, a ser desenvolvido através da empresa Sun África, que contempla a construção de centrais fotovoltaicas e a expansão em várias regiões.
O PCA fez saber, ainda, que não fossem as limitações impostas pela pandemia da Covid-19, altura em que muitos projectos ficaram por concluir, mesmo já aprovados e com financiamentos garantidos, haveria melhorias.
Mas, Hélder Adão avançou que, nos próximos três ou quatro anos, de acordo com as previsões, Angola vai ter uma grande evolução, no que diz respeito à meta de electrificação do país.
Enquanto isso, realçou que o sistema é estável, se comparado com os últimos 12 anos, com maior relevância para a província de Luanda, pela notável regularidade no fornecimento de energia eléctrica.
Disse que, em Luanda, a cobertura é de 52 por cento, mas considera uma taxa ainda muito limitada, tendo em conta que a cada ano, a província regista o surgimento de novos bairros.
Empresas públicas devem 62 mil milhões de kwanzas
A dívida das instituições públicas para com a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), nos últimos dez anos, atingiu os cerca de 62 mil milhões de kwanzas, revelou o PCA.
Hélder Adão, que falava durante um “café conferência com jornalistas”, em alusão ao oitavo aniversário da ENDE, celebrado na sexta-feira, informou que a iluminação pública também não tem sido paga por nenhum Governo Provincial.
Com um total de 1.786.000 clientes, o PCA avançou que existem, igualmente, instituições privadas, cuja dívida com a ENDE é considerável, o que dificulta o normal funcionamento da empresa.
Do ponto de vista da distribuição, o responsável garantiu existir melhorias consideráveis, com este serviço cada vez mais estável e regular, sobretudo, nas demais províncias onde a rede principal funciona.
O PCA da ENDE referiu que as zonas abastecidas pelas fontes de Capanda, Laúca e Cambambe não mais têm interrupções constantes. A maior preocupação, neste sentido, está virada para as províncias do Leste, onde as fontes de geração ainda são térmicas, com uma ou outra indisponibilidade.
Subvenção e aumento da tarifa
Hélder Neto assegurou que o Estado já não subvenciona os preços da tarifa de consumo energético, por elevados custos da empresa.
Actualmente, referiu que o preço cobrado não se ajusta à nova realidade, tendo em conta que não cobre os custos operacionais da instituição.
O PCA sublinhou que a ENDE está a trabalhar para a afixação de um novo tarifário. Mas, esclareceu que não basta apenas aumentar os preços, uma vez que a empresa precisa, igualmente, melhorar a sua eficiência.
O gestor considera que a cultura de pagamentos, sobretudo das instituições do Es-tado, mesmo com o aumento da tarifa, não vai dar resultados satisfatórios, caso não forem regulares.
Fonte: Jornal de Angola
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