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Manutenção dos 5.500 postos de Emprego no Porto de Luanda

Porto de Luanda estabelece manutenção do emprego como prioridade

A manutenção dos 5 500 postos de trabalho directos, em que 441 são preenchidos por funcionários da autoridade portuária e os restantes vinculados aos terminais, constitui uma das principais metas do novo modelo de gestão adoptado pelo Conselho de Administração do Porto de Luanda.

Porto de Luanda espera obter recursos técnicos sofisticados na parceria com a DP World © Fotografia por: Edições Novembro

A informação foi avançada pelo administrador executivo do Porto de Luanda Miguel Pipa, num encontro realizado com jornalistas, na quarta-feira, para apresentar os principais indicadores dos  negócios em 2020, assim como as projecções para os próximos anos, depois da entrada da concessionária dos Emirados Árabes Unidos DP World, vencedora do concurso público para gerir o Terminal Multiusos durante os próximos 20 anos.

Miguel Pipas informou que a empresa deverá ter no seu quadro orgânico 75 por cento de mão-de-obra nacional, o que conduz à perspectiva do recrutamento de novos trabalhadores para suprir as necessidades que a nova dinâmica vai exigir.

De acordo com o responsável, a DP World está bastante avançada no processo de implantação, podendo iniciar a operação dentro de um ou dois meses, mas, até que consiga introduzir as melhorias nas infra-estruturas, os trabalhos continuam sob os auspícios do Porto de Luanda,  com as limitações que ainda existem em termos de capacidade.

O administrador executivo apontou como as principais limitações, a fraca capacidade de operação das gruas, que não superam o descarregamento de 25 contentores por hora, a reduzida profundidade dos terminais e escassez de equipamentos de última geração, factos que se reflectem na quebra das receitas, uma vez que navios de longo curso e de maior capacidade têm preferência por portos mais profundos e de maior eficiência, como são os casos da África do Sul e da Namíbia.

“Na actividade portuária, o factor tempo desempenha sempre um papel relevante, pois quanto maior for o tempo de permanência de um navio, mais alta é a despesa”, notou o administrador executivo, apontando acções do plano director como o aprofundamento do cais do porto de 12 para 18 metros, o que fará os armadores estabelecerem rotas directas para o país, que deixa de depender de serviços prestados por embarcações de menor capacidade que fazem serviço de transbordo.

Impostos e dividendos

O director de Contabilidade e Património, Omar Matos, considera que a reestruturação em curso na empresa, além de representar uma perspectiva de melhoria da condição financeira, terá um peso significativo na tributação para a Conta Única do Tesouro, na qual o Porto de Luanda depositou nove mil milhões de kwanzas em 2019,  além dos sete mil milhões pagos em dividendos aos accionistas.

Os principais números do banco indicam que, em 2020, a empresa obteve, em fornecimentos e serviços a terceiros, 24 379 milhões de kwanzas, 505 por cento mais que os 4 028 milhões de 2019, enquanto os custos com pessoal ascenderam a 10.734 em 2020, mais 36 por cento que no período homólogo, quando se situaram em 7 902 milhões.

O resultado líquido também ascendeu no ano passado, para 31 574 milhões, contra os 24 400 milhões de 2019, de acordo com os dados fornecidos pelo director de Contabilidade e Património.

Fonte: Jornal de Angola