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Mulher morre em hospital após passar mal na cadeia de Viana onde estava detida

A mulher que queimou uma neta, em Luanda, em finais de Maio, cujo caso foi largamente mediatizado, morreu, na passada sexta-feira, numa unidade hospitalar, depois de se ter sentido mal, na cadeia de Viana, onde estava detida, confirmou, esta terça-feira, ao Jornal de Angola o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC) na província de Luanda.

O superintendente-chefe Fernando de Carvalho desmentiu que Maria Emília Gourgel, de 66 anos, tenha morrido na cadeia, como havia sido avançado por uma fonte primária, que entrou em contacto com este diário, por telefone.

“Por ter se sentido mal, na cadeia de Viana, a reclusa foi transportada para o Hospital Américo Boavida, onde acabou por morrer”, explicou Fernando de Carvalho.

Para já, disse desconhecer se a mulher padecia de alguma doença, uma possibilidade, também, não apurada pelo Jornal de Angola, dada as dificuldades para falar com o porta-voz do Serviço Penitenciário, Menezes Cassoma.

O porta-voz do SIC em Luanda acentuou que o corpo de Emília Gourgel foi levado para a Morgue Central de Luanda, junto ao Hospital Josina Machel, onde vai ser autopsiado, para ser apurada a causa da morte.

O médico legista Aurélio Ngueve, que é o director nacional de Medicina Legal, uma estrutura do SIC, disse que a autópsia ao corpo de Maria Emília Gourgel vai ser realizada hoje.

Maria Emília Gourgel foi detida, no dia 21 de Maio, na moradia em que vivia, no bairro Maculusso, município de Luanda, e indiciada pelo crime de ofensa à integridade física contra a neta de criação.

A menor, que viveu quatro anos com a avó adoptiva, deu entrada, no Hospital Neves Bendinha, no mesmo dia da detenção de Maria Emília Gourgel, com queimaduras de segundo grau nas costas, provocadas por refogado que estava a preparar para a confecção de uma “canja”, a pedido da idosa.

A avó ficou irritada quando foi informada pela criança de que havia deixado queimar o refogado, que é, habitualmente, um molho feito com cebola frita em azeite ou óleo vegetal, geralmente, feito com alho e outras ervas aromáticas, tendo, de seguida, lançado a panela contra as costas da neta.

Depois de ter recebido alta hospitalar, a criança, que é órfã de mãe, foi encaminhada para um lar de acolhimento e vai ser entregue ao pai no “momento certo”, uma informação que havia sido avançada à comunicação social pelo director do Instituto Nacional da Criança (INAC).

Paulo Kalesi, na ocasião, disse não ser ainda possível a entrega da menor ao pai biológico, por ela estar a precisar de mais acompanhamento psicológico, que já recebia no Hospital Neves Bendinha, no Zango.

Fonte: Jornal de Angola