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Zunga e Violência põem à prova Mulheres Angolanas

RECRUTAMENTO

Luanda – Mãe, esposa, irmã, amiga e, em muitos casos, chefe de família, a mulher é considerada o pilar da sociedade em geral, mas também é a maior vítima de quem a devia proteger e mimar.

(Por: Francisca Augusto, jornalista da ANGOP)

As mulheres lutam para a estabilidade do lar, sofrem para alimentar e vestir os seus, esmeram-se nas funções mais prestigiadas, quando se lhes dá oportunidades, mas também são vítimas da sociedade com os piores empregos, presas de predadores sexuais, que as violentam ou engravidam ainda menores e, frequentemente, outras, com lar, são agredidas de qualquer forma pelos maridos.   

Há mudanças, isto é um facto, pois hoje já se assiste a maiores oportunidades às mulheres e a criação de instrumentos jurídicos que as defendem, no entanto, ainda falta muito para que deixem de sentir qualquer tipo de moléstia.

Sobreviventes por natureza, elas enfrentam muitas batalhas diárias, tais como a zunga (venda ambulante), gravidez precoce e a violência doméstica, sem, no entanto, desistirem dos seus objectivos e sonhos.

Antes educada somente para exercer o papel de dona-de-casa, mãe e esposa, hoje a mulher exerce muitas funções na sociedade, que vão das mais modestas até aos altos cargos, incluindo aqueles inicialmente restritos ao homem, conquistando espaço e mostrando capacidade nas sociedades modernas.

As zungueiras, por exemplo, dispostas a vencer e mostrar ao mundo que são capazes de lutar de igual para igual com os homens, apresentam-se, diariamente, com bacias à cabeça ou comandando operações em diversos locais no país, num exemplo de perseverança.

São a maioria, comparativamente aos homens, mas poucas quando se trata de melhores oportunidades.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam que o país conta com 16.444.380 mulheres, de um total de 32.097.671 habitantes. 10.379.766 vivem nas zonas urbanas e 6.064.614 no meio rural .

Zunga: o sustento de milhares de famílias angolanas

A zunga é protagonizada, principalmente, por mulheres cujo objectivo é a busca incessante do sustento familiar, percorrendo, diariamente, longas distâncias a pé, com produtos como pão, frutas, roupas, peixe em bacias à cabeça e com bebés às costas.

Cerca de 70% das pessoas na zunga são mulheres, muitas carregando filhos menores, com sol ou chuva, em cerca de 14 horas de trabalho por dia. São a base de sustento de milhares de famílias no país.

Elas estão por toda parte. Sem bancadas, lojas e nem um palco, o trabalho é feito nas ruas, em frente às empresas, supermercados e nas principais avenidas do país. Até levam os seus produtos à porta dos clientes, que, muitas vezes, evitam ir aos mercados formais, fugindo das aglomerações.

O que vale é a criatividade de cada uma. Imbuídas no espírito do comércio, tudo fazem para conquistar a clientela, com umas a utilizar megafones, que reproduzem o seu pregão previamente gravado no aparelho.

Mulheres guerreiras

Joana Domingos e Madalena Cassanda vivem na periferia da capital do país e, tal como outras mulheres, fazem-se à estrada ainda antes do nascer do sol, percorrendo as ruas de Luanda todos os dias.

Joana Domingos, de 45 anos, conhecida como “Comeu Arrotou”, faz as vendas nas ruas do município do Cazenga, galgando, há 10 anos, o bairro da Petrangol.

Mulher alta, esbelta, de olhos castanhos, Joana Domingos começou a vender peixe com 35 anos de idade por incentivo de uma tia. Não diz quanto ganha nas cinco horas que trabalha por dia, mas conta que consegue formar e sustentar os quatro filhos.

Já Madalena Cassanda, de 50 anos, afirma gostar do trabalho que faz e está acostumada a percorrer as ruas da cidade à busca do “pão de cada dia”. Mãe de três filhos, mostrou-se orgulhosa do seu trabalho, referindo que conseguiu formar a filha de 30 anos. Pede ao governo que crie políticas que facilitem o trabalho ambulante.

Todos os dias, Madalena Cassanda percorre as ruas com uma caixa cheia de bolinhos que se esgotam. O segredo do sucesso, como ela confessa, está na ponta da língua. São 30 segundos de um anúncio mais longo que um comercial de televisão.

A comerciante era empregada doméstica e há sete anos decidiu mudar de vida, passando a vender os bolinhos a que chama de “kuia kuia”, que se tornou no seu “grito de guerra” e sua marca registada na zunga.

De sol a sol e com a mercadoria à cabeça, muitas delas deixaram de se preocupar com os perigos que possam encontrar nas ruas (desde assaltos à saída ou no retorno a casa, durante a venda, até perseguições, agressões e incompreensões) por saberem que, no regresso, a sua família sobrevive…

(Por: Francisca Augusto, jornalista da ANGOP)

Fonte: Angop

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