O “pacotinho” continua a ser vendido e sem fiscalização nem encerramento de fábricas em Angola

Depois de o Expansão publicar uma reportagem sobre a venda de pacotinhos de bebidas alcoólicas, a ANIESA disse que ia fiscalizar e fechar as fábricas que trabalhavam de forma ilegal, o Ministério do Comércio avisou que se preparava para proibir o negócio e as autoridades provinciais prometeram o fim da venda na rua. Passaram seis meses e está tudo na mesma. Há apenas uma diferença: os preços subiram.

O “pacotinho” continua a ser vendido a qualquer hora, nas ruas, nos passeios e pedonais, em qualquer esquina da cidade com maior fluxo de pessoas e nos bairros periféricos, o que facilita ainda mais o consumo deste produto. Se não se colocar um travão, o País terá de lidar no futuro com problemas de saúde pública associados ao consumo desregrado de bebidas alcoólicas e isso, certamente, implicará enormes custos para o futuro.

Para o sociólogo Paulo Inglês, o Governo devia simplesmente proibir a produção destas bebidas por serem nocivas à saúde. E ressalva ainda que o que está em causa não é só o consumo das pessoas, mas também a incapacidade do Estado controlar o fabrico deste produto.

Victor Fernandes, então ministro do Comércio e Indústria, disse em entrevista ao Expansão que ia proibir a produção em poucas semanas, o que não veio a acontecer.

“Isto é um veneno que é colocado à disposição da sociedade. Durante a produção são misturados muitos elementos químicos nocivos e que não passam por uma análise de qualidade e dentro do rigor que se exige”, acrescentou ainda Paulo Inglês.

Para o sociólogo, muitos dos donos destas empresas destiladoras são pessoas com poder ou com ligações dentro do aparelho do Estado e do Governo, e então as instituições públicas ficam sem capacidade para intervir. “O Estado tem organismos que tratam deste assunto, mas só não o fazem porque não têm capacidade de intervir, uma vez que muitos dos donos estão ligados ao poder, realidade que limita a intervenção das instituições”, sublinha o académico.

Rever a qualidade da produção é uma das primeiras medidas que, na opinião de Paulo Inglês, o Estado deve tomar urgentemente, para evitar que mais pessoas vejam as suas vidas degradadas por causa deste produto. “Pelo preço e pela forma como é embalado, aquilo nem sequer devia ser consumido”, rematou.

Fábricas abertas

Numa ronda efectuada esta semana pelo Expansão, foi possível constatar que as fábricas continuam a trabalhar, muitas de forma clandestina, portões fechados e fortes restrições no acesso ao interior dos estabelecimentos, pelo que não foi possível constatar a forma como está a ser fabricado o produto.

Na United Global Investment PVT, fabricante da bebida Score Gin (pacotes), uma empresa onde em Março o Expansão conseguiu entrar e constatou vários problemas, desde falta de higiene em toda zona de mistura dos líquidos e embalamento, até à falta de certificação dos jovens que trabalhavam no laboratório, já não está no espaço onde estava instalada. O quintal, localizado na rua da Cometa, bairro da Estalagem, município de Viana, está abandonado mas os produtos continuam a ser vendidos em Luanda.

Contactada pelo Expansão, a Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA) afirmou que em Março, depois da publicação do artigo, realizou várias inspecções em fábricas e foram detectadas inúmeras irregularidades.

Segundo o chefe do Departamento de Informação da ANIESA, inspector Osvaldo António, na altura não foi encerrada nenhuma fábrica. Foram apenas dadas algumas orientações e avisos no sentido de melhorarem a qualidade dos serviços. Aquelas que tinham problemas mais graves sofreram sanções e os processos foram encaminhados para a Procuradoria-Geral da República (PGR). “A partir do momento em que o caso vai para a PGR, o nosso trabalho acaba”, referiu Osvaldo António.

Resumindo, não houve qualquer acção concreta para impedir o fabrico das bebidas e os pacotinhos continuam a circular livremente, sem que nenhuma das entidades intervenham. Porquê?

Preços aumentaram

Os preços subiram e os consumidores dos pacotinhos passaram a gastar mais 33% a 60% do que há seis meses, o que está a fazer com que muitos dependentes de álcool recorram a bebidas caseiras como a “água do chefe”, como é vulgarmente conhecida, uma realidade que o Expansão constatou na reportagem

Por exemplo, o Best Amarula , que em Março estava a ser comercializado a 150 Kz subiu para 200 Kz, uma variação de 33% e o Best Whisky que estava a 100 Kz passou para 150 Kz, uma variação de 50%. Já o Faive Rum, Gin Paris, Supremo Energie, Superior Energia, tiveram uma variação de 33% passando de 75 Kz para 100 Kz.

Ainda nas marcas mais baratas, tal como o Super Jimmy, Indica Tangawisi e Tentação UVA, estas passaram de 50 Kz em Março para 80 Kz neste mês, o que representa um aumento de 60%, as marcas que mais subiram preços.

Fonte: Jornal Expansão

Ver mais em: https://expansao.co.ao/angola/interior/esta-tudo-na-mesma-nao-ha-fiscalizacao-nem-encerramento-de-fabricas-114495.html

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