Os índices de produção de café melhoraram significativamente nos últimos anos, essencialmente na província do Uíge, em muito fruto do alargamento das áreas de acção para a cultura. As notícias são (muito) boas para um país (Angola) que já esteve no topo da produção do café na ida época colonial e que tinha no ‘bago vermelho` uma fonte de prosperidade.
Durante o período colonial, o café, nomeadamente o “robusta”, deu a Angola o quarto lugar entre os maiores produtores do mundo, a seguir a países como o Brasil, Colômbia e México, o maior produtor de café robusta no continente africano e um dos maiores exportadores mundiais de café em grão. Só para exemplificar: em 1972, chegaram a ser exportadas 400 mil toneladas, produzidas em cerca de três mil plantações localizadas, a grande maioria, no Uíge, mas também nas províncias do Bengo, Cuanza-Norte e Cuanza-Sul.
É difícil não se associar o café ao Uíge, uma das maiores riquezas alguma vez cultivadas em solo angolano. De tal forma que a região do Uíge era tradicionalmente conhecida como “terra do bago vermelho”, numa altura em que o café era a fonte principal de rendimentos para muitos, cultura tida como o grande símbolo da zona. O café era, de facto, reconhecido como a “riqueza do povo”, por ser acessível a qualquer cidadão que, mesmo rudimentarmente, conseguia organizar e gerir os produtos, em grande ou pequena quantidade.
Por isso, na década de 70, Carmona era naturalmente uma cidade próspera, inclusive com diversas infra-estruturas que outras cidades não tinham, como um aeroporto, o aero clube, a piscina, uma delegação do Banco de Angola, escola técnica, colégio, o Rádio Clube do Uíge, um grande hotel, clube recreativo,hospital e outros serviços de grande dimensão.
Após a independência, a parte de leão das plantações foram nacionalizadas e distribuídas por 33 empresas no início de 1980. A isso juntou-se a queda dos preços do café no mercado internacional e, consequentemente, o colapso do sistema de quotas de exportação da Organização Internacional do Café, o que prejudicou muito a situação: 5 mil toneladas em 1991 e apenas 3 mil em 1993. Os rendimentos do café em Angola, equivalentes a 164 milhões de dólares nos finais da década de 70, não atingem hoje números sólidos
13 marcas de café de Angola à mesa no Japāo
Tantas décadas depois, o Executivo angolano planeia regressar aos tempos áureos. A determinação pode ser observada de diversas formas, desde investimentos agora prometidos à iniciativa no âmbito da diplomacia económica para o relançamento do café nacional, com sessão de degustação em vários cantos do mundo.
Destaque para a sessão do passado mês de Março, onde café oriundo de Angola teve a mesa posta na UCC Coffee Academy (a mais prestigiada instituição de ensino japonesa especializada em café) e na Embaixada de Angola em Tóquio, a capital do Japão, entre os dias 23 e 26 .
Apresentados pelo INCA (Instituto do Café de Ango-la), Cooperativa das Mulheres da Gabela, Bela Negra, Ginga, Vems, Calulo, Galileia, Ndioto, Tumbwaza, Cazengo, Negage, Diamante, Maiombe e Novagrolider foram as 13 marcas de café com degustações para o público, composto por cerca de 100 empresários, em sessões de quatro horas, divididas entre a Embaixada de Angola no Japão e UCC Coffee Academy.
Para além do café, a sessão de degustação incluiu ainda a aguardente “Made in Angola” Terra da Xixila, sugestão que acompanhou bem o produto-base que protagonizou o evento.
Além de experimentar uma grande variedade de rótulos, os encontros em Tóquio serviram também para troca de cartões entre a delegação angolana e empresários japoneses.
Entre eles, estava Masahuaru Urano, em representação da Certified Associate Instructors. Magalhães Alfredo Lourenço, director-adjunto do INCA, explicou que o empresário nipónico “manifestou interesse em apoiar os produtores familiares do café, preservando a biodiversidade”.
Na mesma declaração, Magalhães Alfredo Lourenço, que foi responsável pela apresentação, em palestra, sobre as características “especiais” do café de Angola, revelou o interesse observado “por um número considerável de empresários, que se disponibilizaram para manter contactos com empresas nacionais produtoras de café, com o objectivo de importarem o nosso ‘bago vermelho’”.
Entre as reacções destacou-se a do então embaixador de Angola no Japão, Rui Orlando Xavier, que depois de lembrar que “Angola foi, em 1973, dos maiores exportadores mundiais de café”, desafiou os empresários nipónicos a “apostarem neste precioso produto, com perspectivas de um dia podermos vê-lo a ser comercializado em restaurantes ou bares por todo o Japão”.
Outro diplomata defendeu a sustentabilidade na cafeicultura, no contexto da diversificação económica, enquanto a primeira secretária para a Cooperação Internacional do Ministério das Relações Exteriores (MIREX), Lara Proença, detalhou “o carácter importante do encontro”, pois “é uma iniciativa no âmbito da diplomacia económica para o relançamento do café nacional”.
Antes de desembarcar no Japão, a iniciativa do MIREX, intitulada “Café Angola Conectando as culturas do Mundo”, teve também lugar no Vietman, Emirados Arábes Unidos, Egipto e Sérvia.
Fonte: JA
Ver mais em: https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/angola-era-o-quarto-maior-produtor-de-cafe-ha-50-anos/
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