A subida constante dos preços de frescos, com destaque para o peixe e carne diversa, a nível dos diferentes estabelecimentos comerciais da cidade de Mbanza Kongo, província do Zaire, preocupa as donas de casa, apurou, ontem, o Jornal de Angola, na região.
Durante um percurso efectuada pela nossa reportagem pelos principais estabelecimentos comerciais da cidade, constatou-se que a subida do preço da caixa de peixe sardinha (Lambula) de oito mil para 11 mil Kwanzas, a de carapau de 16 para 20 mil kwanzas e a de Cachucho (30 quilos) de 19 para 27 mil Kwanzas, constitui a maior preocupação das donas de casa.
Apesar disso, o preço da caixa de coxa de frango não registou alteração, mantendo-se em 9.200 Kwanzas desde o período da quadra festiva, em Dezembro.
A funcionária pública Afonsina Mambuene, 42 anos e mãe de cinco filhos, que se deslocou a uma das casas de venda de frescos, manifestou-se indignada pelo elevados preços praticados, os quais não lhe permitiram comprar as caixas de carapau, sardinha e Cachucho que previa.
“Gostaria de poder levar uma caixa de cada um destes tipos de peixes, de forma a garantir a alimentação mensal da família, mas em função dos preços e da minha disponibilidade financeira, apenas comprarei uma caixa de carapau, uma de Sardinha e uma lâmina de Cachucho no valor de 9.150 kwanzas. Esta subida constante de preços é que nos leva a fazermos sócia dos produtos alimentares, porque as condições económicas actuais não nos permitem comprar quase nada”, disse.
Afonsina Mambuene considera a cidade de Mbanza Kongo como uma das mais caras de Angola, onde a oferta nem sempre satisfaz a procura, daí ter defendido o surgimento de mais estabelecimentos comerciais para contrapor a subida constante dos preços dos bens da cesta básica.
“A vida está muito cara nesta região, imagina que eu, tal como outras funcionárias públicas que auferimos um salário mensal, reclamamos: o que dizer daqueles cidadãos que não têm onde recorrer?”, indagou.
A revendedora Isabel Mbundo António que comprou duas caixas de peixe miúdo, conhecido localmente por “Madionga” e igual quantidade de “Macolocolo”, no valor de 16 e 14 mil Kwanzas , respectivamente, para revender no mercado informal das “15 casas”, no bairro 11 de Novembro, mostrou-se descontente com os elevados preços praticados, por fazerem reduzir significativamente a sua margem de lucros.
“Os preços praticados nas lojas de frescos reduzem significativamente a margem de lucros neste negócio, por isso, pedimos que se faça alguma coisa para baixarem”, disse.
Por seu turno, Isabel Jorneza, 38 anos, residente no bairro 11 de Novembro, zona 3, conseguiu fazer algumas compras de frescos num dos estabelecimentos da região, graças à associação entre clienes, vulgo sócia, com mais três senhoras.
“Compramos uma caixa de costeleta no valor de 18 mil Kwanzas e uma de coxas por 9.100, para além de ter comprado um cartão de ovos a 2.800. Só desta forma consigo comprar alguns frescos para alimentar a família, porque queria também comprar peixe sardinha, mas não consegui, porque o preço oscila entre 11 a 12 mil Kwanzas. No mês passado a caixa de coxa estava oito mil, a de costeletas a 16 mil, mas este mês os preços subiram. Rezamos para os preços descerem, tal como no período em que comprávamos a caixa de sardinha a cinco mil kwanzas”, afirmou.
O jovem Henriques Ndongo, 28 anos, que ganha a vida a limpar miudezas de porco adquiridas pelas donas de casa, mostrou-se feliz por poder ganhar a vida de forma legal.
“Este é o meu ganha-pão e, deste modo, consigo garantir o sustento do meu filho, enquanto aguardo por outras oportunidades de trabalho. Fico feliz por ser uma forma legal de ganhar a vida”, disse.
Fonte: JA
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