Uma equipa técnica do Comando Nacional do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, chefiada pelo director de resgate e salvamento, comissário Joaquim António, trabalha, desde quarta-feira, no Cuando Cubango, para ajudar a criar estratégias para evitar afogamentos e ataques frequentes de jacarés e hipopótamos em rios da província.
Durante a sua estada de três dias na província, a equipa técnica vai visitar os locais onde têm se registado mais casos de afogamento e de ataques de jacarés e hipopótamos, nos municípios de Menongue, Cuito Cuanavale e Cuchi.
Dados fornecidos ao Jornal de Angola dão conta que, desde Janeiro do corrente ano, o Comando Provincial do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros registou dez casos de ataques de jacarés, dos quais oito terminaram em óbitos e dois em ferimentos graves, nos municípios de Menongue, Cuangar, Cuchi e Mavinga, cujas vítimas têm idades compreendidas entre cinco e 58 anos.
O porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, Albano Cutarica, apontou a negligência como principal causa do aumento de ataques de jacarés na província do Cuando Cubango, tendo em vista que as pessoas continuam a ignorar as medidas de prevenção e segurança quando vão tomar banho, lavar loiça ou roupa em rios.
Albano Cutarica recordou que, em 2022, foram registados 28 ataques de jacarés, que resultaram em 20 óbitos e oito feridos graves, maioritariamente nos municípios do Cuangar, Dirico, Cuito Cuanavale e Mavinga.
Explicou que, no ano passado, dos 20 casos de morte houve o desaparecimento de seis corpos, presumindo-se que as vítimas tenham sido devoradas por jacarés, tendo em conta que, após o trabalho de busca e resgate do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, não foram localizados. “No ano de 2021 foram registados 19 casos de ataques de jacarés, com 14 mortes e cinco feridos, em Menongue, Dirico, Mavinga, Cuchi, Cuito Cuanavale e Calai”.
Em 2022, foram, também, registados ataques de jacarés que vitimaram quatro cabeças de gado bovino e um cavalo e encontrados dois jacarés mortos nos rios Cubango e Cuchi, cujas causas são desconhecidas.
Houve ainda o registo de invasão de filhotes de crocodilos em várias residências, construídas nas proximidades das margens de rios nos nove municípios que compõem a província do Cuando Cubango.
Albano Cutarica informou que, desde Janeiro deste ano, foram registados dez casos de afogamento, que resultaram em mortes nos municípios de Menongue, Cuchi e Calai.
Durante o ano de 2022, o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros registou 59 ocorrências, que provocaram 53 óbitos, nos municípios de Menongue, Cuito Cuanavale, Cuangar, Calai, Cuchi e Mavinga.
Em 2021, registaram-se 28 casos de afogamento, que resultaram em 27 mortes, sendo 19 em Menongue, três no Calai, duas no Cuito Cuanavale e igual número no Dirico e uma no Cuchi.
Rei de Menongue
O rei de Menongue, Manuel Ndala, aconselha a população no sentido de acatar as orientações dos técnicos do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros para se evitar afogamentos e casos de ataques de jacarés e hipopótamos.
Segundo o rei Mwene Vunongue, no passado as pessoas tinham mais cuidados e acatavam os conselhos dos especialistas e das autoridades tradicionais, no sentido de não frequentarem locais com iminência de ataques de jacarés e afogamentos.
Acrescentou que a população tem sido aconselhada no sentido de evitar ir ao rio sem companhia, para banhar, acarretar água ou lavar roupa e utensílios de cozinha. “Muitas mortes devem-se à negligência”, concluiu.
Fonte: JA
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