Luanda ganha a primeira biblioteca para pessoas com deficiência visual no Complexo da Cidadela

A primeira biblioteca para pessoas com deficiência visual no país foi inaugurada, quinta-feira, no Complexo da Cidadela, em Luanda, pelo presidente da Associação Nacional de Cegos e Amblíopes de Angola (ANCCA).

O espaço, com capacidade para albergar 24 usuários, no período da manhã e da tarde, nos dias úteis da semana, é, para Manuel Quental, um marco ímpar para a agremiação e os filiados. “É um dia histórico para a associação e para os filiados”, declarou o dirigente, visivelmente orgulhoso pela criação da instituição.

O presidente da associação disse, em exclusivo ao Jornal de Angola, que a biblioteca possui 225 livros físicos, mais de 50 mil em formato digital, incluindo 89 áudios, 40 “livros a tinta”, assim como uma coluna com Inteligência Artificial, além de 124 livros em Braille, dentre os quais 34 religiosos.

Manuel Quental explicou que a biblioteca adquiriu também um livro de 23 Gigas Byte (GB), em formato digital, um de leitura a Braille, áudio e visual para pessoas com cegueira total, amblíopes e membros da associação.

“Os associados vão poder ter acesso aos áudios e livros em suporte digital, assim como uma coluna com Inteligência Artificial, para auxiliar o utente durante a pesquisa ou investigação”, esclareceu, além de destacar, também, a aquisição de dois computadores para auxiliar o trabalho de pesquisa dos usuários.

Contribuições

Em relação à forma como conseguiu os livros, Manuel Quental disse que foram obtidos através da empresa Fio de Ouro, da Fundação Sagrada Esperança, das Testemunhas de Jeová e da União dos Escritores Angolanos. “A ideia surgiu da proprietária da empresa Fio de Ouro, que entrou em contacto com a associação e cedeu alguns livros para sua concretização”, disse

Além dos livros de escritores angolanos, o presidente da associação disse que a biblioteca conta, também, com alguns romances provenientes de Portugal e Holanda, particularmente de literatura infantil e para adultos.

Da Sociedade Bíblica, contou o dirigente, a ANCCA recebeu alguns livros religiosos para a diversificação dos conteúdos literários disponibilizados na biblioteca.

A biblioteca, acrescentou, tem espaço para a obtenção de mais de seis mil livros. “Gostaríamos de ter um espaço maior, mas, infelizmente, este é ainda reduzido”, comentou.

O presidente da ANCCA anunciou que a biblioteca tem apenas um funcionário para auxiliar os usuários durante a permanência no espaço, reconhecendo, também, a insuficiência destes devido à falta de dinheiro para suportar os pagamentos mensais salariais de mais quadros.

Manuel Quental revelou que o espaço pode ser frequentado diariamente por 24 pessoas. “Por falta de patrocínio só foi possível inaugurar, agora, a primeira biblioteca para as pessoas com deficiência visual e amblíopes do país. A meta é levar a iniciativa para as outras províncias”, declarou.

Membros

De acordo com informações oficiais da instituição, a associação tem um registo de 5.015 membros no país, designadamente no Bengo, Bié, Cabinda, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Huambo, Luanda, Malanje, Namibe e Uíge.

A ANCCA é uma associação de carácter filantrópico, reconhecida pelo Estado sob o número 67, com sede social no distrito urbano do Rangel, na Cidadela. Proclamada a 1 de Fevereiro de 1992, a associação tem como actual presidente de direcção, Manuel Quental.

Alunos têm enfrentado dificuldades para a pesquisa

Os alunos com deficiência visual do I e II Ciclo do Ensino Primário e Secundário, no município do Cazenga, têm dificuldades para a pesquisa das matérias de ensino, disse, ontem, ao Jornal de Angola, o professor da escola Metodista Possoca.

Pedro Bumba, que, também, ocupa a função de alfabetizador de preparação para a reabilitação e inclusão social, reconheceu, depois da inauguração da biblioteca, que o novo espaço vai minorar algumas dificuldades dos alunos, em termos de investigações e alguns materiais escolares e no enriquecimento do vocabulário.

“É muito importante, a direcção da ANCCA ter inaugurado esta biblioteca, porque vai auxiliar a comunidade estudantil e os docentes. No Cazenga, temos um bom número de alunos do I e II Ciclo de ensino”, disse o professor satisfeito.

Para o docente, a inauguração do espaço vai facilitar o trabalho dos estudantes e dos professores, em especial no desenvolvimento das palavras. “Muitos alunos têm tido dificuldades para fazer pesquisas, quando lhes é dado um trabalho escolar para investigação, pois dependem dos guias para ler os fascículos”, revelou, além de pedir um maior apoio da sociedade. “Todos estamos de parabéns por termos uma biblioteca. Com certeza com outros apoios iremos ter um espaço mais sofisticado”, concluiu.

Vocabulário

O secretário para área de formação e reabilitação da ANCCA disse que a biblioteca é fundamental visto que não há um crescimento sem uma leitura. “É preciso enriquecer os vocabulários das pessoas com deficiências. A abertura da biblioteca vai ajudar a adquirir o conhecimento suficiente”, sustentou.

Luciano Manuel apelou aos empresários para apoiarem mais esta camada da sociedade, em especial com meios didácticos. “Entre as bibliotecas que temos no país não há nenhuma inclusiva. Não temos livros didácticos para os alunos frequentarem todos os subsistemas de ensino no país”, garantiu.

Fonte: JA

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