O sector da Indústria gerou, em quatro anos, cerca de 750 mil postos de trabalho, que representa 4,5 por cento da população activa do país, informou, ontem, em Luanda, o ministro da Indústria e Comércio.
Rui Miguêns que discursava na abertura do evento que marca a Semana da Indústria, que se realiza sobre o tema “Diálogos & debates – cadeias de valor: Oportunidades para as micro, pequenas e médias empresas” disse que, o sector industrial desempenha um papel crucial no crescimento económico do país.
O ministro referiu que a indústria desempenha um papel decisivo na criação de renda para as famílias, mas, sobretudo na criação de emprego bem como na produção de bens de consumo, insumos, serviços e tecnologia.
“São elas o motor do desenvolvimento sócio económico nos municípios e as principais responsáveis pela almejada inversão das importações”, destacou.
Rui Miguêns fez saber que, de acordo com o relatório de 2019 do Instituto Nacional de Estatística (INE), das 130.858 empresas existentes no país, 8.740 que correspondem a 4,7%, declararam-se inseridas na actividade industrial.
“A população empregue na indústria está estimada em cerca de 4,5 por cento do total da população activa. Os números indicam que temos um país cheio de oportunidades para o desenvolvimento”, salientou.
Apoio garantido
O ministro informou que o Executivo, no apoio às micro, pequenas e médias indústrias, tem, através do Instituto de Desenvolvimento Industrial e Inovação Tecnológica de Angola (IDIIA), disponíveis infra-estruturas para a indústria, que são os Pólos de Desenvolvimento Industrial, num total de 22 em todo o país, e os Parques Industriais Rurais que visam alavancar a indústria a nível provincial e municipal.
O responsável disse que as infra-estruturas são apoiadas dentro de dois importantes programas para o desenvolvimento da indústria.
O Programa de Formação Industrial (FORMIND) que visa a formação do capital humano a nível técnico para a Indústria, e o Programa de Fomento da Indústria Rural (PROFIR) proporcionando infra-estruturas.
“No âmbito do FORMIND temos dois centros de formação a funcionar em Luanda e na província do Huambo, ambos formam anualmente cerca de 1.350 jovens para o mercado da indústria.
Tecnologia avançada
O ministro da Indústria e Comércio avançou que, no próximo ano, será inaugurado o Centro Industrial de Tecnologia Avançada (CITAV) com seis áreas técnicas e gestão de projectos, numa parceria com instituições da Coreia do Sul e o financiamento do Exinbank também da Coreia do Sul.
Rui Miguêns avançou ainda que o CITAV terá uma capacidade para 360 alunos de longa duração (dois anos), cerca de 1.000 alunos em formação de curta duração e 170 alunos internos para servir as restantes províncias.
Para além destes centros de formação, o IDIIA criou um conjunto de parcerias com empresas e instituições que inclui os Serviços Penitenciários onde para além da formação com vista à inserção social e criação de rendimento.
Semana Industrial
O presidente do Conselho de Administração da CECALAS Angola, empresa organizadora do evento, Carlos Cala, informou que o grande objectivo é promover o diálogo e ainteracção com os empresários bem como ajudar as empresas a organizarem-se para que contribuam cada vez mais no desenvolvimento da indústria e no PIB nacional.
“Estamos a falar em 135 expositores, esperamos ter até domingo cerca de 200 expositores” , referiu.
O responsável fez saber que, para além de Luanda, estão presentes oito províncias, nomeadamente, Benguela, Moxico, Uíge, Cuanza- Norte, Malanje, Cuanza-Sul, Cabinda e Bié.
No encontro que decorre na capital do país, serão discutidos temas como o acesso ao crédito, a burocracia, a concorrência desleal, a necessidade de organização, o capital humano, a partilha de experiências assim como as acções de colaboração e integração entre Estado – Associações – Cooperativas – Indústrias e Academia.
Fonte: JA
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