Os taxistas da província de Luanda vão paralisar os seus serviços em toda a extensão da capital do país, a partir da próxima segunda-feira, 19, durante três dias, em protesto contra a subida do preço da gasolina e contra a demora que se verifica no processo de entrega de cartões de subvenção prometidos pelo governo.
“No âmbito da subida do preço da gasolina e do processo de entrega dos referidos cartões que subvencionam a gasolina que está a ser feita com inverdades e desinformações, viemos por intermédio desta informar que, nos dias 19, 20 e 21 do corrente mês, vamos paralisar os serviços de táxis a nível da província de Luanda”, informou a Associação dos Taxistas de Angola (ATA), em comunicado.
De acordo com o documento, assinado por quatro dos seus responsáveis, esta deliberação surge com o intuito de “pressionar as pessoas de direito, para que haja celeridade e transparência na entrega dos tão propalados cartões subsidiários”.
Os taxistas lamentam, por outro lado, o facto de, no município de Cacuaco e outros por si verificados, ao cabo de duas semanas, desde a implementação da referida medida, sequer 5% dos ‘homens do volante’ terem beneficiado das subvenções da gasolina.
Porém, deixam a porta do diálogo aberta e solicitam, a quem de direito, a resolução imediata do referido impasse, antes mesmo da pretendida paralisação.
O governo deu início, há duas semanas, à redução gradual da subvenção aos combustíveis, começando pela gasolina, que passou de 160 kwanzas o litro para 300 kwanzas, medida que, para já, não abrange a classe dos transportes públicos, bem como os taxistas, moto-taxistas, autocarros e embarcações de pesca artesanal.
A atribuição de cartões personalizados, com um plafond diário de 7.000 kwanzas, foi o mecanismo encontrado pelo governo para atender apenas a taxistas licenciados desta classe.
Entretanto, a referida medida não foi muito bem recebida, devido ao tempo de espera a que os taxistas estão sujeitos para terem acesso aos cartões. Por exemplo, no Huambo, Huíla e Namibe, centenas de taxistas e moto-taxistas saíram às ruas em protesto contra a decisão do governo.
Em vídeos postos a circular nas redes sociais nas três cidades, a Polícia Nacional (PN) dispersou vários protestos, disparando à queima-roupa contra os manifestantes, o que veio a resultar na morte de pelo menos oito mortos no Huambo, incluindo um menor de 12 anos e dezenas de feridos, assim como no Namibe, onde foi morta uma pessoa.
Fonte: A24H
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