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Violência nas escolas de Luanda toma rumos alarmantes

Os actos de violência nas escolas do país viraram moda, com o envolvimento de estudantes, assumindo contornos alarmantes.

O fenómeno que “belisca” o bom andamento do processo de ensino e aprendizagem deixa um alerta preocupante  aos gestores escolares, pais e encarregados de educação, que apontam a débil segurança das escolas como  factor incentivador desta prática.

Os gestores escolares, progenitores e a sociedade no geral lamentam a quase inexistência ou deficiente de segurança  e temem por situações muito piores, nomeadamente mortes por causa das “rixas” que acontecem quase diariamente.

Em menos dois meses, dois casos brutais de agressão entre adolescente nas escolas viralizaram nas redes sociais,  o de duas adolescentes em um  colégio privado na província de Benguela e o do Instituto Médio Educação de Luanda (IMEL), onde um grupo de adolescentes agrediu um colega.

O primeiro caso, a família da lesada colocou o caso em Tribunal e o segundo o processo de investigação continua a decorrer.

Ao que tudo indica os casos de violência têm crescido  dentro do ambiente escolar e os episódios multiplicam-se nos últimos dias.

Para além dos que chegam ao conhecimento por denúncia pública, por meio das redes sociais, existem outros que ficam pela instituição, preocupando alunos e autoridades.

Como contou à ANGOP o director-geral do Instituto Politécnico Alda Lara, Vitorino Capulo, recentemente dois alunos lutaram dentro da instituição por conta de uma dívida, acabando os dois com graves ferimento. Como medida, disse, os dois alunos estão suspensos das aulas por uma semana.

O gestor relatou, igualmente, um caso entre alunos do Instituto Politécnico Industrial de Luanda (IPIL ) e os do Alda Lara, com os primeiros  a evadirem a escola que dirige por conta de uma briga iniciada um dia antes fora da escola.

Numa ronda efectuada pela ANGOP em algumas instituições de ensino da cidade de Luanda, os responsáveis das mesmas foram unânimes em apontar a escassez de pessoal de segurança e a idade avançada, na sua maioria, dos seguranças existentes.

Das mais de seis escolas visitadas, nenhuma tem  orçamento para contratar empresas privadas de segurança, cabendo a protecção física a responsabilidade das mesmas, com quadros do Ministério da Educação, muitos deles com mais de 50 anos de idade.

Como exemplo, a Escola Alda Lara, com mais de quatro mil estudantes, conta apenas quatro efectivos na área de segurança.

Por seu turno, o sub-director administrativo do Instituto Médio Industrial de Luanda Simione Mucune, Pedro Quiala, fez saber que conta com seis  vigilantes, que, muitas vezes, não dão conta do recado.

Paraco efeito, adiantou, contam, igualmente, com o apoio da  Associação dos Estudantes no controlo dos alunos, acesso e vistoria das pastas.

O maior problema, disse, prende-se com o exterior, pelo que solicitou apoio da Polícia Nacional (PN) para rondas de proximidade, bem como o compromisso dos professores  para que os alunos não fiquem com muito tempo de fora das salas de aulas.

“Nesta altura temos 21 salas, com mais de 800 alunos em cada um dos três turnos, para dois guardas, é um número ínfimo“, esclareceu.

Relativamente às agressões e lutas, reconheceu que acontecem, mas em pequena escala e nada que não se consiga resolver a nível interno, baseado no regulamento interno.

Lembrou que as escolas regem-se pelo regulamento interno para medidas punitivas, em casos leves, conversa com os alunos e encarregados de educação e nos mais preocupantes é chamada a PN para intervir.

Miguel João, director da Escola Juventude e Luta,  com cerca de dois mil 750 alunos, disse que conta com apenas dois efectivos, com o agravante de cada um ter de trabalhar 24 horas por dia.

Reconheceu a necessidade de mais seguranças, tendo em conta o universo de estudantes, repudiand as agressões dentro e fora dos estabelecimentos escolares.

Encarregados de Educação

A ANGOP ouviu, igualmente, pais e encarregados de educação que defenderam maior investimento na segurança nos estabelecimentos de ensino, mostrando-se preocupados com casos de  agressões nos estabelecimentos de ensino.

Muitos deles reconhecem  que mandar os filhos para a escola já não é motivo de paz e que devem ser os pais, os  primeiros, a salvaguardar a segurança nas escolas, com educação básica aos seus educandos.

Ena Cauei, encarregada de dois menores, 12 e 10 de idades, reiterou que os encarregados também devem fazer a sua parte em casa, ensinar a respeitar o próximo, dialogar, ponderar e absterem-se de lutas.

Para si, o cenário recorrente mostra deficiência nas famílias e nas instituições, exemplificando com o facto de numa escola acontecer casos de agressão, bullying e a direcção não sabe ou só passa a ter conhecimento quando viraliza nas redes sociais.

No sector público, disse, ser mesmo mais por falta de pessoal, como vigilantes, apelando por maior atenção e rigor a quem de direito.

Edna Patricia  considerou de  complicada e preocupante e acha que, muitas das situações são reflexo do dia-a-dia e fruto do que vêem em casa ou o que acontece no meio em que estão inseridos.

Segundo a fonte, actualmente, os pais já não têm tempo suficiente para prestar o devido  cuidado aos filhos.

Adiantou que as redes sociais também não estão a ajudar, com muita influência no dia-a-dia dos adolescentes.

Jorge Sousa sugeriu atenção redobrada dos país, nomeadamente a ida periódica às  escolas para saber da conduta dos filhos junto dos professores e tomar as medidas adequadas.

Polícia Nacional (PN)

Contactado pela ANGOP, o  superintendente-chefe Bartolomeu Campos assegurou que a  segurança nas escolas, independentemente do que se comenta nas redes sociais e outros meios de comunicação social, está sob controlo.

“Na verdade, nos últimos tempos, se registaram acontecimentos de violência que viralizaram nas redes sociais, mas, ainda assim, a polícia tem o controlo da situação”, reafirmou.

Deu a conhecer que no âmbito da estratificação do policiamento de proximidade e no redimensionamento das estruturas de base da PN, as esquadras policiais implementaram  uma série de programas, com destaque  para o “Escola Segura”.

Esclareceu que, através do despacho 002/CGPN/2020, foi  extinto o Comando da Brigada de Segurança Escolar, que era o órgão metodológico da segurança das escolas, passando ser esse processo coordenado por oficiais de proximidade no âmbito do programa citado.

“Com esse novo modelo, as escolas passaram a ser asseguradas por oficiais de proximidade, realizando encontros, palestras  e outras actividades preventivas com os membros da comunidade escolar”, disse.

Referiu que este facto dá a impressão de não haver presença policial nos arredores das escolas, mas, na verdade, a polícia realiza sempre a sua actividade no âmbito da segurança escolar.

Por outro lado, reconheceu que a segurança das escolas não se compadece com um simples programa, mas também com a necessidade da envolvência de toda sociedade, principalmente dos pais e encarregados de educação.

Explicou que a maior parte dos actos têm a sua origem nos bairros e desembocam nas escolas.

Apelou aos pais e encarregados de educação a reservarem  tempo para ouvir os filhos sobre as suas preocupações, opiniões, conhecer os amigos e manter contacto permanente com as direções das escolas onde estão integrados.

Esse desiderato, disse, só terá êxito se houver a co-participação de toda sociedade porque a segurança deve “começar por nós próprios”.

Fonte: Angop

Ver mais em: https://www.angop.ao/noticias/educacao/onda-de-violencia-nas-escolas-toma-rumos-alarmantes/

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