Huambo – Vinte e duas pessoas, na sua maioria crianças, morreram, de Julho à presente data na província do Huambo, vítimas de meningite, num total de 51 casos diagnosticados, soube a ANGOP, esta quarta-feira.
Com esta cifra, eleva-se, desde o princípio do ano, para 103 o número de vítimas mortais, enquanto o de pacientes diagnosticados com a doença aumentar para 202.
Trata-se de uma doença causada, principalmente, a partir da infecção por vírus ou bactérias, que provocam inflamação das meninges, que são as três membranas que envolvem o cérebro e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central.
Os dados foram revelados hoje, quarta-feira, pelo chefe do departamento de Saúde Pública na província do Huambo, Valentim Catolo, quando falava à ANGOP a sobre a situação epidemiológica da meningite nesta região do Planalto Central do país.
Valentim Catolo disse que a província regista, em média, quatro casos por semana, com uma taxa de letalidade de 50,9 por cento, uma situação bastante preocupante que, de acordo com os padrões epidemiológicos, a região se encontra em situação de alerta.
Sem entrar em detalhe, referiu que o município do Huambo é o mais crítico, entre os 11 que compõem a divisão administrativa desta região do Planalto Central.
Apesar desta realidade, referiu, ainda assim o Huambo não se encontra em estado de linear endémico, caso se tenha em conta o ponto actual da meningite no continente africano.
Por isso, informou que as autoridades sanitárias do país e da província, em particular, continuam a reforçar o sistema de segurança epidemiológico e, também, a melhorar a gestão de casos, com a capacitação permanente dos profissionais, sobretudo, os técnicos de laboratório.
O responsável afirmou que estas acções têm um impacto positivo da mudança da situação, com realce para a mortalidade, por permitirem a redução da taxa, até então estimada em 53 por cento.
Valentim Catolo disse, ainda, não existir qualquer programa de vacinação em massa para combater a doença, pelo facto de a província continuar no sistema de alerta.
Face a esta situação, informou estarem a ser desenvolvidas acções de mobilização dos pais e encarregados de educação no sentido de levarem os seus filhos aos postos de vacinação, para o cumprimento do calendário de vacina, de modo a evitar que sejam contaminados com a meningite.
Explicou que a doença atinge, maioritariamente, crianças dos zero aos 15 meses e quando essas tiverem o calendário de vacinação cumprido na íntegra, a probabilidade de desenvolver a endemia é muito menor.
Segundo o responsável, apesar de a doença ter cura, ela deixa inúmeras consequências ao paciente, sempre que a intervenção da vertente curativa não for aplicada o mais rápido possível.
Por isso, apelou aos pais e encarregados de educação a levarem os seus filhos ou qualquer membro da família sempre que estiverem a apresentar sintomas como febre alta, mal-estar, vómitos, dor forte de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo.
As autoridades sanitárias consideram a província do Huambo como a mais crítica do país, quer seja em termos de óbitos, quer sejam em termos de casos diagnosticados, por este facto, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, esteve em Setembro último nesta região, onde analisou, junto das autoridades locais e sanitárias, as estratégias de combate a esta doença.
Fonte: Angop.ao
Ver mais em: https://www.angop.ao/noticias/saude/huambo-com-22-mortes-por-meningite-em-tres-meses/
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