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A Rua da Dira não dorme

Noémia da Silva, mais conhecida por Noémia das Maravilhas, disse ao Jornal de Angola que “a Dira não dorme”. Contou que de segunda a sexta-feira a zona recebe homens e mulheres provenientes de quase todos os cantos da cidade capital e arredores, incluindo alguns que saem do interior do país para conhecer o local.

Alguns vão de viatura própria, outros de motorizada, mas a maioria vai de táxi. Enquanto dava estes detalhes ao repórter, o telefone de Noémia das Maravilhas tocou e ela atendeu:

“Aló, sim, tó, na Dira, Zango 3”, explicava às amigas que procuravam pelo endereço para chegar ao local. “Márcia, tu também és muito chata”, continuou Noémia. “Já te disse que ao chegares na última paragem do Zango 3, pega uma moto, descai até ao entroncamento e diz ao motoqueiro para curvar à direita, segues em frente e trezentos metros depois estás na Dira”, sorriu e desligou o telefone.

No local, as casas de lazer estão perfiladas tanto à direita como à esquerda. O “Terraço” constitui o expoente máximo em termos de lazer, pois dispõe de um vasto espaço de diversão com capacidade para mais de cem pessoas.

“Kingol”

“O ‘Kingol’ ou mabanga (amêijoa) constitui o prato de entrada para quem chega à Dira”, explicou Jocelina, uma das mais antigas vendedoras do local.

De tão preciosas, quatro unidades de amêijoas são comercializadas a 500 kwanzas, depois de passar por brasa branda até cozer. O produto é acompanhado com um molho azedo feito de água, azeite, vinagre e limão, recomendado para quem  consome bebidas alcoólicas ao longo do convívio.

“Mó kota, se não pitares esses mambos não estiveste na Dira”, disse Moisés, um frequentador assíduo, enquanto se preparava para tomar as últimas gotas da cerveja que tinha na mão.

A tradição do local orienta que o molho deve ser consumido usando as conchas do próprio “kingol”.

As cervejas, em algumas barracas, chegam a custar 500 kwanzas três unidades.

Os adolescentes que estudam nos arredores, depois das aulas, levam o sumo de múcua de casa para fazer cocktails e caipirinhas do azar para consumir com os amiguinhos e amiguinhas. Percebe-se que alguns são novatos, que estão a ser instruídos por homens e mulheres “vacinados”, entende-se experientes, que os aliciam para conhecer o lugar.

A pousada dos adolescentes fica alguns metros depois do Terraço, à direita. É uma pequena casa transformada em local de lazer para acolher, preferencialmente, menores aliciados para este tipo de ambiente. No interior da pousada, os menores fumam, bebem de tudo um pouco, desde whisky, kapuka à cerveja e gasosa.

De tempos em tempos entram para o interior da residência e ao sairem aparecem mais descontraídos e sorridentes.

Na Dira, as iguarias variam de acordo com os gostos do cliente. Pinchos, carne, peixe… o cliente é que manda.

Música por todo o lado e negócios de todo o tipo, incluindo raízes afrodisíacas para, supostamente, aumentar a performance masculina.

As noites

A partir das 18 horas, os “heróis” da noite começam a chegar. Alguns acompanhados, outros nem tanto, pois, preferem encontrar os parceiros e parceiras nas casas noturnas.

Sandra, uma frequentadora, explicou que estava acompanhada de uma amiga, proveniente do Distrito da Samba, para se divertir na Dira, e acrescentou:  “Quem nos assumir vai ficar connosco toda a noite”.

A nossa entrevistada explicou que o lema na Dira é: “Entra cheio, sai vazio”, entenda-se o bolso.

Não trazer dinheiro  deixou de ser preocupação para quem frequenta o local, pois existem Terminais de Pagamento Automático em quase todas as casas de lazer.

Zé das Molas, apelido herdado numa das oficinas do município de Viana, onde recupera molas de diferentes viaturas, disse que as “novinhas” e as “jardadas” são as mais procuradas pelos “papoites” ao longo da noite e, sobretudo, à madrugada, depois da adrenalina subir.

Contou que se alguém quiser ter uma companheira ao longo da noite, os preços são negociáveis. Normalmente  começam nos cinco mil kwanzas, podendo baixar até mil kwanzas, considerada a margem mais confortável para os frequentadores. No entanto, ao interessado é exigido custear o aposento e as bebidas em alguns casos.

Os preços das hospeda-rias variam de mil e quinhentos a seis mil kwanzas para três horas. Já a noite inteira ronda entre seis mil e 15 mil kwanzas, incluindo o pequeno almoço.

Origem do nome  

Não é clara a história da origem do nome Dira, nem  como a rua ganhou este nome. Ginga, moradora da zona, conta que o nome resulta de uma acção protagonizada por um antigo morador daquela rua.

Conta que  ao organizar o aniversário da sua primogénita, para melhor orientar os convidados, colocou cartazes, da paragem do Zango 3 até à sua residência, com a escrita “Festa da Dira”, de tal forma que aos poucos a rua passou a ser conhecida por rua da Dira até aos dias de hoje.

O Jornal de Angola tentou encontrar a família que supostamente deu origem ao nome da rua, mas sem sucesso.

Fonte: Jornal de Angola

Ver mais em: https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/zango-3-a-rua-da-dira-nao-dorme/

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