O coordenador-geral da Escola Superior de Ciências Sociais, Artes e Humanidade (ESCISAH) de Mbanza Kongo, Zaire, João Marciano, manifestou hoje, sexta-feira, preocupação sobre os maus resultados obtidos nos exames recentes de ingresso à instituição.
O académico expressou essa preocupação no acto de abertura do ano académico 2022-2023, apontando o caso do curso de Educação de Infância que reserva 107 vagas, mas apenas quatro candidatos obtiveram nota positiva nos exames de admissão.
Avançou que resultados similares verificaram-se também no Instituto Superior Politécnico do Soyo, manifestando-se, deste modo, apreensivo, daí o apelo para se repensar o sector da educação no seu todo na região.
A falta de candidatos para o ingresso para os cursos de Matemática, Química e Física, no presente ano lectivo na instituição, onde nenhum candidato obteve a nota 12 exigida, suscita, igualmente, preocupação.
Para se contrapor essa situação, o responsável convidou a comunidade académica, sociedade civil e às autoridades governamentais e todos os agentes da educação para um estudo aprofundado das causas deste insucesso escolar.
Entre outras dificuldades, o académico apontou os currículos mal alinhados com a necessidade da economia do conhecimento, o declínio da qualidade de ensino e aprendizagem, a escassez da oferta formativa, infra-estruturas desadequadas com reformas curriculares.
Descreveu ainda como anomalias, o declínio dos padrões de investigação científica e a estagnação de carreiras docente por falta de concursos de acesso e de ingresso.
Segundo a fonte, os novos cursos como Direito, Arqueologia e História deixam de ser proporcionados, no presente ano lectivo, por falta de docentes em tempo integral, laboratórios e residências para abrigar os professores.
Na ocasião, anunciou a realização, na próxima sexta-feira, de uma mesa redonda para se reflectir a actual situação do ensino superior na província do Zaire.
A directora do Gabinete da Acção Social, família e Igualdade de Género, Isabel Queba Salvador, que representou o governador provincial, Adriano Mendes de Carvalho, neste acto, disse que as autoridades locais trabalham com o Ministério de tutela na satisfação das necessidades acima enumeradas.
Acrescentou que, o governo local aguarda pela nomeação dos corpos directivos da referida escola, que agora goza de uma autonomia administrativa e financeira, à luz das reformas em curso no sistema de ensino superior do país.
A ESCISAH tem disponíveis, para o ano lectivo 2022-2023, 340 vagas nos cursos de Ciências da Educação, nas especialidades de ensino da Matemática, Química, Física, Gestão Empresarial e Educação de Infância.
Com 16 salas de aula, a instituição funciona desde 2010, antes como unidade orgânica da Universidade pública 11 de Novembro, com sede em Cabinda.
A antiga Escola Superior Politécnica do Zaire (ESPZ), em Mbanza Kongo, já realizou quatro sessões de outorga de diplomas a licenciados, num universo de cerca de mil graduados em ciclos formativos de quatro anos.
Fonte: Angop.ao
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