A autópsia, realizada ao cadáver de um fiscal de obras, supostamente morto por dois trabalhadores chineses de uma empresa de construção civil, no passado dia 25, confirmou as suspeitas de envenenamento, soube, este sábado, na cidade do Uíge, o Jornal de Angola, do Serviço de Investigação Criminal (SIC).
Segundo o porta-voz do SIC no Uíge, Zacarias Fernando, a autópsia foi realizada no Hospital Provincial do Uíge por uma médica legista, solicitada, a propósito, às autoridades sanitárias do Cuanza-Norte, que confirmou as suspeitas de envenenamento avançadas desde que o corpo foi encontrado no estaleiro da empresa chinesa (C.A.C), nas imediações da vila do Negage.
“Neste momento, foram enviadas as amostras para o Centro de Medicina Forense, em Luanda, apenas para ser confirmado o tipo do veneno usado para o homicídio do malogrado, que em vida se chamou Irnésio do Nascimento Nhanga, de 25 anos”, esclareceu o especialista em criminalística. Os trabalhos da autópsia, disse, foram acompanhados por membros da família da vítima, da empresa chinesa, por especialistas do Serviço de Investigação Criminal e demais organismos castrenses, que testemunharam os resíduos presentes nos diferentes órgãos do defunto.
A tese da morte do jovem engenheiro de construção civil começou a ser avançada a partir do desentendimento havido entre ele e dois chineses, sobre a remoção e troca dos materiais que a empresa C.A.C tinha aplicado na obra de construção da segunda via de interligação entre a cidade do Uíge e a vila de Negage.
Irnésio Nhanga, ao detectar que os matérias continham resíduos orgânicos, impróprios para a obra de asfaltagem, orientou aos chineses a substituição dos mesmos por outros que seriam adquiridos em outra britadeira, que não fosse a anterior, que pertencia à mesma empresa chinesa, sob ameaça de não assinar os termos de pagamento do mês de Outubro.
No dia fatídico, os chineses, que se encontram detidos, convidaram o malogrado a ir ver o novo material e pelo trajecto um deles perguntou aos angolanos, presentes na viatura, se era possível adquirir veneno em Negage.
No período da noite, um dos chineses propôs-se a fazer o jantar, na ausência da empregada habitual, por se tratar de final de semana, e um outro se encarregou de levar a comida ao fiscal de obra, com quem coabitavam no estaleiro, tendo sido descoberto pelos segurança, na tarde do dia seguinte, sem vida, na sua cama.
Os supostos homicidas foram detidos depois da descoberta do cadáver do fiscal de obras e seguidamente entregues à Procuradoria Geral da República, que ordenou prisão preventiva, como medida cautelar.
Fonte: Jornal de Angola
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