Pelo menos cinco mil postos de trabalho directos podem ser criados com o projecto de dinamização do Corredor do Lobito, nos próximos três anos, no âmbito da diversificação da economia, soube esta quinta-feira a ANGOP.
Essa informação foi avançada pelo chefe de Departamento para o Ambiente de Negócios do Ministério da Economia e Planeamento, Osvaldo Victoriano,
O projecto, que conta com um financiamento do Banco Mundial de 300 milhões de dólares norte-americanos, é uma iniciativa do Governo angolano e está a ser coordenado pelo ministério da Economia e Planeamento.
Segundo Osvaldo Victoriano, que falava à margem da consulta pública sobre o Corredor do Lobito, dirigida aos empresários de Benguela, neste momento está-se a fazer um diagnóstico do potencial do corredor, que posteriormente será submetido ao Banco Mundial.
O projecto visa dinamizar o potencial do Corredor do Lobito e acções semelhantes, de consulta pública, decorrerem hoje também na província do Moxico. Posteriormente serão realizadas nas províncias de Luanda, Huambo e Bié.
Para o responsável, o projecto visa ainda assegurar a melhoria das condições das infra-estruturas a nível do Corredor do Lobito, fundamentalmente os acessos à energia eléctrica, água e logística.
O plano também tende a potenciar as micro e pequenas empresas situadas no Corredor do Lobito e capacitá-las no sentido de estarem preparadas de forma a absorverem parte deste financiamento, para que se concretize um dos grandes desideratos do Executivo, que é o aumento da taxa de empregabilidade.
“O Corredor do Lobito apresenta um conjunto de potencialidades que bem explorados e com um apoio estruturado podem aumentar a contribuição da província de Benguela, Huambo, Bié e Moxico naquilo que é o produto interno bruto”, disse.
Já o director do Gabinete Provincial para o Desenvolvimento Económico Integrado de Benguela, Samuel Maleze, destacou a auscultação e a interacção com todos os actores da sociedade, para que cada um possa dar o seu contributo olhando para as infra-estruturas da província de Benguela.
Actualmente, a principal receita do Corredor do Lobito advém do transporte de minerais provenientes da exploração na região do Copperbelt (englobando a RDC e a Zâmbia), no sentido descendente (Luau/Lobito) e com destino à exportação para o mercado internacional.
O Corredor do Lobito, que favorece os negócios das grandes e das pequenas empresas, iniciou em 1899, ano em que o Governo português retomou a construção da ferrovia para dar acesso ao interior e às riquezas minerais do Congo Belga.
O mesmo conta com uma extensão ferroviária de 1.866 quilómetros, sendo que 1.344 quilómetros somente em Angola, dando acesso à parte mais interior do país e da RDC. Em Tenque, encontra-se ligado aos sistemas ferroviários da RDC e da Zâmbia.
Através da ligação à Zâmbia, é possível chegar à cidade da Beira, em Moçambique, e a Dar-es-Salaam, na Tanzânia, junto ao oceano Índico, facilitando as trocas comerciais. Também se encontra ligado, indirectamente, ao sistema ferroviário da África do Sul, fazendo parte de uma rede ferroviária transcontinental.
A linha férrea começou a ser construída em 1903 e ficou pronta em 1929, com um acordo de concessão de 99 anos.
O contrato de concessão de exploração, de 99 anos, atribuído à Companhia CFB SARL, terminou a 28 de Novembro de 2001, revertendo a favor do Estado angolano todos os meios fixos e circulantes da companhia. A par do CFB, o Porto do Lobito, na província de Benguela, é a outra grande infra-estrutura do Corredor do Lobito.
Fonte: Angop
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