Dois jovens empreendedores no ramo de sapataria, do bairro Calomanda, na periferia da cidade do Huambo, têm dado passos firmes no processo de fabrico de sapatos, inspirando-se nos modelos dos mercados do ocidente.
Trata-se de dois irmãos, Eduardo Dangala Hilário e Paulino Chilonga Hilário, de 22 e 29 anos de idade, respectivamente, que iniciaram o projecto há quatro anos, com o propósito de dar resposta às necessidades do mercado, por falta de produção local, e contribuir na diminuição da importação.
Os jovens desenvolvem as suas actividades numa sapataria herdade do pai, falecido em 2019, a 60 por cento de forma manual, devido à falta de equipamentos próprios.
Em entrevista à ANGOP, Paulino Chilonga Hilário, um dos proprietários da sapataria, considerou de satisfatória a evolução do projecto, pela receptividade positiva que os produtos têm tido dos clientes.
Explicou que, para se diferenciarem de outros produtos fabricados na província, com base na reciclagem de sapatos já utilizados, fabrico de sandálias e chinelas, produzem os calçados desde a base, com uso de cabedal.
Acrescentou que a primazia é o fabrico de estilos diversos de sapatos para homens, pela falta de material apropriado para calçados de mulheres.
“Antes apenas consertávamos os estragados, em companhia do nosso pai, que era sapateiro desde a década 90, do qual adquiriram experiência”, realçou.
Paulino Chilonga Hilário salientou que a falta de recursos financeiros para aquisição de equipamentos modernos e material de fabrico, dificulta o alargamento do projecto e a melhoria da qualidade e elevar dos níveis de produção.
” Queremos alguém que possa nos ajudar num financiamento na ordem de 25 milhões de kwanzas, para a aquisição, no exterior do país, de equipamentos como máquina de corte e costura de solas, de moldes e de acabamentos de sapatos, assim como para o arrendamento de um espaço mais cómodo, no interior da cidade do Huambo”, apelou.
Com o projecto foram criados mais de sete postos de trabalho, bem como garantiu a formação de fabrico de sapatos aos funcionários.
De acordo com o empreendedor, uma das perspectivas do seu estabelecimento é de começar a fabricar sapatos ortopédicos para os portadores de deficiência física, de modo a facilitar na mobilidade dos mesmos, devido à falta de resposta no mercado local para as suas necessidades.
“A procura pelos sapatos ortopédicos é maior por parte desta franja da sociedade, mas a falta de material condiciona o nosso trabalho”, referiu.
Fonte: Angop
Ver mais em: https://www.angop.ao/noticias/sociedade/jovens-no-huambo-dao-passos-firmes-no-fabrico-de-sapatos/
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