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Empreendedorismo ganha espaço no Cazenga em Luanda

O espírito empreendedor continua a ganhar espaço no município do Cazenga, um dos mais populosos da província de Luanda, onde cada vez mais jovens investem no próprio negócio, para fazerem frente à falta de empregos, principalmente no sector público.

Por  Pedro Lourenço, Jornalista da ANGOP

Nos dias de hoje, é cada vez mais comum encontrar, naquela circunscrição da capital do país, cidadãos que recorrem a diferentes formas de arte para fomentar o auto-emprego, apesar das dificuldades existentes para o acesso a financiamentos bancários.

Trata-se de jovens que quebram inúmeras barreiras para se afirmarem no mundo do negócio, numa altura em que o país procura reduzir a sua taxa de desemprego, estimada em 29,6 por cento, conforme dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) do IV trimestre de 2022.

Nesse período, ainda de acordo com os dados do INE, a população empregada aumentou 1,9 por cento em Angola, face ao terceiro trimestre do mesmo ano, enquanto a taxa de emprego subiu 0,6 ponto percentual, face ao terceiro trimestre de 2022.

A taxa de emprego masculina diminuiu 2,6 por cento e a feminina subiu 3,5 pp, face ao terceiro trimestre de 2022, sendo que 50,0 por cento da população empregada está nos sectores da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, assim como do comércio.

Segundo os dados oficiais, a maioria das pessoas empregadas em Angola encontra-se no emprego informal (80,5 por cento), das quais 50,5 trabalham por conta própria, uma opção de vida que vem crescendo entre os habitantes do município do Cazenga.

Conforme um relatório do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020/2021, que avaliou a actividade empreendedora em 43 países através de inquéritos, Angola “tem uma das mais altas taxas empreendedoras do mundo”, particularmente em Luanda.

O estudo revela que o país registou uma Taxa de Actividade Empreendedora Early-Stage Total de 49,6 por cento, contra o 32,9 por cento do Togo, dispondo, actualmente, de 50 empreendedores early-stage (indivíduos envolvidos em startups ou na gestão de novos negócios) por cada 100 cidadãos em idade adulta.

Na verdade, o espírito empreendedor ganha terreno em diferentes localidades do país, sobretudo depois do surgimento da pandemia da Covid-19, que impactou negativamente no mercado de emprego.

Desde então, empreender tornou-se a palavra de ordem para centenas de jovens do Cazenga, como, por exemplo, Sabina Bar Vieira.

Para contrapor as barreiras do mercado de emprego, a cidadã enveredou pela venda de sacos plásticos e outros produtos, como água fresca, bolinhos e panelas, sem qualquer apoio da banca.

Depois de acumular lucros, comprou um frigorífico e legalizou o seu negócio, sendo que hoje paga impostos à Administração Geral Tributária (AGT) e os salários regulares dos seus funcionários.

Diferente de Sabina Bar Vieira, a vendedeira de cosméticos Cândida Florentino ainda não teve a mesma sorte, mas luta, diariamente, para se estabilizar no mercado empreendedor.

A cidadã, que alimenta o sonho de criar um quiosque, tem parcos recursos financeiros para alavancar a actividade e expandi-la pela comunidade, pelo que pretende buscar o apoio da banca, para conseguir um crédito bancário e aplicar no seu negócio.

Imbuído do mesmo espírito, Nair Constantino também tornou-se empreendedor, e considera ser bom ter o próprio negócio, porque facilita na gestão do sustento da família.

“Com isso, consigo guardar algum valor monetário para depois acrescentar ao negócio e na formação dos filhos”, expressou o empreendedor, que acredita em dias melhores no país.

Outros caminhos para empreender

Entretanto, nem todos os empreendedores do Cazenga usaram os mesmos métodos para se iniciar no mundo do empreendedorismo, criar o próprio negócio e gerar empregos.

Jorge Frederico, por exemplo, teve de frequentar um curso de decoração no mercado Asa Branca, através do projecto “Sim eu posso”, que lhe ajudou a ganhar conhecimentos e criar uma iniciativa a favor da comunidade, na área de designer.

Com isso, criou vários postos de trabalho e promoveu ciclos formativos (em cada ciclo foram beneficiados mais de 10 jovens), nas áreas de decoração de carros de noivos e salões de festas, personalização de calçados e timbragem de camisolas.

O mesmo passo deu Isabel Salvador, também formada na área de decoração, que depois de concluir a formação criou o seu próprio negócio, que resultou em cinco postos de trabalho.

“Pretendo abrir uma empresa de decoração, para ajudar mais pessoas da comunidade a terem, também, o seu próprio sustento. Por isso, encorajo os jovens do Cazenga a apostarem no empreendedorismo, uma vez que existem vários projectos de formação”, exprimiu.

A esse respeito, o responsável  do projecto “Sim, eu posso”, Marques Lisboa, disse que a formação de jovens das comunidades visa potenciá-los para o auto-emprego.

“O objectivo é capacitar os jovens, preparando-lhes, de forma intelectual, profissional e com aptidões técnicas para o desempenho consciente do seu papel na sociedade, bem como para trabalharem por conta própria, criando projectos nos bairros e ruas”, disse.

Segundo a fonte, foram formados “muitos jovens” no quadro deste projecto, e também já criaram subprojectos de formação em decoração e timbragem.

Mais cursos técnicos

Na verdade, os cursos de mecânica, informática, construção civil, eletricidade e enfermagem constituem a principal aposta dos jovens de diferentes estratos sociais no Cazenga.

Moisés Martins e Ednidia Pascoal, estudantes de enfermagem e electricidade, explicam que, desde adolescentes, tiveram paixão por essas áreas.

Ednisia disse que a enfermagem é um dos seus sonhos, e o seu objectivo é trabalhar e salvar vidas, após ter terminado o estágio profissional no Hospital do Capalanca (Viana).

O psicopedagogo Joaquim da Silva considera que a dinâmica dos tempos e a necessidade da vida exigem acções práticas e teóricas, daí muitos jovens aderirem aos cursos técnicos.

Para si, é  necessário olhar-se para os cursos profissionalizados a nível básico e médio, por serem estes que fazem desenvolver a sociedade e ajudam no acesso ao mercado de trabalho, porquanto existem muitos com diplomas de cursos não técnicos e sem emprego.

Já o especialista em Ciências Políticas e Relações Internacionais Mário Manuel dá conta da necessidade de o Executivo criar mais indústrias, que possam acolher os profissionais.

Fonte: Angop

Ver mais em: https://www.angop.ao/noticias/economia/empreendedorismo-ganha-espaco-no-cazenga/

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