A reformulação da estratégia de negociação para liquidação da dívida contraída pelos clientes, avaliada em 200 mil milhões de kwanzas, redução das perdas comerciais por ineficiência de serviços e os baixos custos das tarifas praticadas no país constituem os principais desafios da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), com vista à execução de projectos de expansão e melhoria de salários dos funcionários.
A informação foi avançada quinta-feira pelo presidente do Conselho de Administração da ENDE, Hélder de Jesus Garcia Adão, em entrevista aos órgãos de comunicação social, dando conta que a instituição que dirige se depara com acentuadas dificuldades financeiras inerentes ao incumprimento de compromissos dos clientes, com realce para a província de Luanda, que deve 120 mil milhões de kwanzas do total da dívida.
De acordo com o PCA da ENDE, a empresa conta com um universo de 1.900.000 clientes em todo o país, numa altura em que Angola pratica uma das taxas mais baixas a nível mundial, facto que, aliado à existência de instituições e clientes domésticos com dívidas de cerca de 200 mil milhões de kwanzas, retira a capacidade de liquidez da empresa, que precisa de desenvolver novos projectos para alargar a capacidade de cobertura.
Outra preocupação, informou Hélder Adão, recai para a dívida contraída com a iluminação pública, uma responsabilidade dos governos provinciais, na medida em que estes entes públicos não têm efectuado o pagamento deste importante serviço, “o que torna a nossa situação mais difícil ainda, até mesmo para atender às questões sociais dos nossos trabalhadores”. Entre as instituições estatais com maior volume de dívida, destaque para o Ministério da Juventude e Desportos, em função do consumo não pago, sobretudo, nos estádios de futebol, fundamentalmente, os ministérios, unidades hospitalares e escolas públicas. “Algumas destas instituições chegam a dever dois mil milhões de kwanzas, 700 milhões ou muito mais”, lamentou.
“Tivemos um encontro, há cerca de dois anos, com a ministra da Educação, em que nos foi dado a conhecer que as escolas não têm orçamento para fazer face a esta despesa. Isso cria um grande embaraço, na medida em que também temos de pagar energia ao nosso fornecedor que é a Rede Nacional de Transporte (RNT)”, concluiu.
Fonte: JA
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