O apoio às iniciativas e projectos dos jovens criadores de jogos é fundamental na educação da população e no desenvolvimento do sector tecnológico do país, defendeu, ontem, em Luanda, o consultor da Vice-Presidente da República e professor universitário Gabriel Miguel.
Em declarações à imprensa, no encerramento da 6ª edição do Concurso Nacional de Criação de Jogos Digitais (CNCJD), o docente disse que a actividade é essencial na operacionalização da estratégia de ciência, tecnologia e inovação em Angola.
Gabriel Miguel elogiou a organização do concurso, pelo facto deste reunir, nesta edição, vários jovens oriundos de outras províncias. “Dá imensa satisfação ver o empenho, a dedicação e a entrega dos jovens, para se tornarem baluartes naquilo que pode ser a contribuição para o desenvolvimento da própria ciência, tecnologia e inovação”.
Na exposição, adiantou, foi possível ver projectos muito bonitos e bem orientados, dentro do conceito educacional e moderno, alguns deles relacionados às questões paisagísticas, culturais e etnolinguísticas.
Oportunidades
O reitor da Universidade Metodista de Angola (UMA), que procedeu à abertura do evento, na quinta-feira, considerou um desafio ter uma sociedade com plena literacia digital. Para Michel Aragon é preciso olhar para momentos como este não só como uma oportunidade para apresentar o resultado dos trabalhos dos alunos, mas de juntar académicos, universidades e promover a cooperação entre as instituições de ensino superior.
O tema, realçou, representa um grande desafio para o ensino superior, por permitir juntar forças para potencializar o sector tecnológico. “Este concurso acontece depois da realização de um importante evento, o Angotic, que foi um sucesso. Neste contexto, os jogos digitais se convertem numa ferramenta que vai além do contributo que dá à sociedade e de aprendizagem fundamental”, disse.
O Concurso Nacional de Criação de Jogos Digitais reuniu, nesta edição, 17 grupos participantes oriundos de várias universidades e províncias do país.
Os vencedores
O jogo “As crónicas da Rainha Njinga Mbande” é o grande vencedor da 6ª edição do Concurso Nacional de Criação de Jogos Digitais (CNCJD), que encerrou ontem. O aplicativo foi criado por um grupo de jovens da província do Namibe.
Paulino João, coordenador do concurso no Namibe, disse que o objectivo é continuar a fazer mais e melhor nas próximas edições e incentivou outros jovens que, como ele, acreditam nas suas capacidades.
Durante a cerimónia, foram também atribuídos prémios às categorias “Inovação”, cujo vencedor foi um grupo de estudantes do Colégio Eliade, e a categoria “Ideia”, conquistada pela Max Estúdio, como o jogo “Natal Muangolé”. Os vencedores receberam diplomas de mérito, medalhas, troféus e equipamentos informáticos. Esta é a segunda vez consecutiva que a província do Namibe vence o concurso.
O presidente do júri, Carlos Jairo, explicou que tiveram como critérios de avaliação o desenho, conceito de jogo, personagens, cenário, história e a capacidade de entretenimento, assim como a capacidade de programação, designer e implementação visual.
“Este ano, tivemos muito em conta a questão da viabilidade financeira dos projectos. Nos últimos anos os jogos têm ajudado a criar Startups e empresas. Por isso, nesta edição olhamos não só para questão técnica, mas também na viabilidade financeira, para que esses projectos possam se tornar negócios e produtos que sirvam a sociedade”, augurou.
A 6ª edição do concurso teve como objectivo principal propiciar a criatividade digital, identificar, seleccionar e motivar talentos para a promoção da cultura científica, transferência de tecnologia e empreendedorismo de base tecnológica.
Fonte:; JA
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