O governo angolano deve instituir a carteira profissional de padeiro

Gilberto Simão defende que o Executivo deve instituir a carteira profissional de padeiro. O presidente da Associação das Indústrias de Panificação e Pastelaria de Angola (AAIPA) alega que, hoje, toda gente faz pão, “basta ter dinheiro, abre uma padaria”, e a maior parte “dos nossos industriais vendeu ou arrendou os seus imóveis aos estrangeiros”

Qual é o actual estado do sector da panificação?

A panificação é um sector que vive um problema de concorrência desleal, um sector onde existem duas classes que trabalham em pé de desigualdade. Nós criamos a associação para proporcionar bom ambiente de negócios, mas para que tal aconteça é necessário  oportunidades iguais.

A que classes se refere?

Uma angolana, que luta todos os dias com o problema do nosso sector, e outra estrangeira, entretanto mais privilegiada. Não somos contra o investimento estrangeiro, diga-se de passagem, até porque os investidores estrangeiros chegam à nossa terra já munidos de financiamentos adquiridos nos seus próprios países.

Então?

Olhe, é preciso que trabalhemos em pé de igualdade. Enquanto os estrangeiros, como já disse, chegam ao nosso país com  bonificação dos juros no crédito, os angolanos encontram extremas dificuldades ao acesso ao crédito com juros inaceitáveis.

A associação tem tido apoio do Governo?

O Governo dá apoio,mas não é o suficiente.

Que tipo de apoio?

Possibilidade de  financiamento. Na verdade, existem muitos programas de financiamento, mas os juros é que nos dão cabo. São juros de 20 a 30 por cento, contra por exemplo dois a três que os investidores estrangeiros trazem dos seus países. Uma autêntica luta desigual.

E o que a Associação das Indústrias de Panificação e Pastelaria de Angola pensa fazer para pôr cobro a isto?

A associação luta para unir as duas classes, pois 80 por cento da produção do sector está nas mãos dos estrangeiros. As padarias tradicionais praticamente acabaram. Nós traçamos as metas e já nos reunimos com o ministro da Indústria e Comércio, que é   apologista do apoio à produção nacional,  e isso é muito bom.

Quais têm sido  os  principais desafios, nos 11 anos de existência da associação?

O preço da matéria-prima.

Há falta de farinha de trigo em Angola?

Não, não há falta da farinha de trigo, pelo contrário, temos até farinha de trigo em excesso. Mas, os preços praticados pelos grandes líderes produtores de farinha de trigo são exorbitantes. Por exemplo, há três meses, comprava-se o saco de 50 quilos 15 mil kwanzas, hoje é possível encontrar por 25 mil kwanzas.


E que proposta a associação tem apresentado ao Governo no sentido de ver os problemas resolvidos?

Várias.

Nomeadamente?

Concertação entre moageiras produtoras e consumidores da farinha de trigo, para além da proibição de importação da farinha de trigo; utilização de 20% a 30% do valor anual utilizado para a importação do trigo em benefício do  fomento da cultura de trigo no país; obrigatoriedade das indústrias de panificação incorporarem até 25% da farinha de mandioca na produção de pão económico, etc.

E quantos  membros tem a cooperativa?

Quinhentos membros. A nossa cooperativa, neste momento, é só para lutar contra a especulação de preços. Mas, podemos nos engajar no fomento da cultura de trigo ou da mandioca. Porém, é preciso que o Governo nos dê esse poder constitucional.

Quer dizer?

Para nos organizarmos, é preciso que o Governo institua a carteira profissional de padeiro.  Hoje, toda gente faz pão. Basta ter dinheiro,  abre uma padaria. Não há critérios, nem condições a exigir.  Em suma, não há controlo.

Quantas padarias a associação controla?

A nível de Luanda, controlamos mais de  mil e 300 padarias, já a nível das outras províncias uma média de 50 padarias. No entanto, temos representantes em todas as províncias.

 
E a associação tem capacidade para controlar todas as padarias, ou nem por isso?

Não temos capacidade para controlar, porque a maior parte dos nossos industriais vendeu ou arrendou os seus imóveis aos estrangeiros. Estes, por sua vez, não são controlados. Dizem que não precisam nem vão aderir à AAIPA.

Fonte: JA

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