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Pedro Paxi criou a empresa “Nuto Massala” em Luanda

Pedro Paxi trocou pela comunicação social a paixão que sempre teve pelo futebol. Criador do programa “Defesa do Consumidor” e da rubrica “O Emprego”, da TV Zimbo, o apresentador sonha cada vez mais alto e tenciona terminar a sua segunda licenciatura, desta feita em Direito. Tem ainda como ambição a criação de um canal multimedia de TV, Internet e Rádio.

Actualmente, está focado em empreender no ramo empresarial. Criou a empresa “Nuto Massala”, que em Kikongo quer dizer “fiquem bem”. É uma marca que já está graficamente implementada, com serviço de táxi e, futuramente, contará com uma academia de jornalismo.

Jornalista há 20 anos, Pedro Paxi passou por vários órgãos do ramo da comunicação social e hoje, sente-se como um peixe na água quando está a apresentar algum programa de televisão. “Sempre fui muito atrevido e gostava de liderar. Tive muitas dificuldades para conseguir entrar numa escola de futebol, porque venho de uma família muito humilde que saiu da província do Uíge em 1979 para tentar a estabilidade na capital”.

Actualmente, apresenta os programas com maior audiência da TV Zimbo, nomeadamente, “Fala Angola” e “Defesa do Consumidor”, este desde 2016. Enquanto jornalista, Pedro Paxi tem a categoria de editor de primeira classe. Gosta de cantar, exercitando esse talento sobretudo na igreja. Contou que em 2006, fez parte de um grupo de Rap. O grupo chegou a gravar uma música para a selecção nacional de futebol. Dada a sua enorme criatividade, fundou um grupo de teatro e escreveu o roteiro de filmes. No meio de tudo isso, nas horas livres, gosta de ficar nas redes sociais e ler um bom livro.

É o criador da rubrica “O Emprego é Seu”, do programa “Fala Angola”, que com apenas um mês no ar, recebeu 10 mil e-mails. Dez pessoas, através da rubrica, ganharam emprego em imobiliárias e noutros sectores. Criou também o programa o “Palco é Seu”.

Hoje, a viver a felicidade de estar mais com a família, Pedro Paxi comemorou, recentemente, o seu primeiro ano de casado com a companheira com a qual partilha a vida há mais de 20 anos. O seu desejo no momento é ficar mais tempo ao lado da família. Pai de quatro filhos, o apresentador confessou ter como vício o trabalho.


Filho adoptado do Sambizanga

Considera-se natural do Sambizanga, mas nasceu na província do Uíge. Paxi recordou, com tristeza no olhar, que a sua família está em Luanda desde 1979. Segundo disse, até 2011 a sua família sofreu muito, chegando a viver consecutivamente em mais de 20 casas de renda nos municípios do Cazenga e Sambizanga. O hoje apresentador viu-se obrigado a começar a trabalhar cedo para ajudar a mãe nas despesas da casa. Quando fez a quarta classe, a mãe viu-se à nora para pagar a sua entrada na escola secundária no bairro dos Ossos. Paxi e os irmãos usavam uma lata de leite Nido como pasta para carregar os cadernos e os livros. A única peça de roupa que tinha era uns calções rotos, que vestia todos os dias. “Minha mãe vendia fuba e o pouco que tinha dava apenas para pôr uma refeição diária na mesa . O meu pai, diante de tanto sofrimento, viu-se obrigado a viajar para a Lunda-Norte, em busca de umas pedras de diamante para suprir as necessidades da família. Voltou depois de 15 anos”.

Na luta contra tanta miséria, tornou-se bastante dedicado aos estudos. A mãe, vendo a vontade do filho em dar continuidade aos estudos, pediu emprestados 200 dólares, na altura o valor necessário para uma vaga no Instituto Médio de Economia de Luanda (IMEL), para o filho fazer o curso médio de Jornalismo. Pedro Paxi assume que teve uma infância dura, mas contou sempre com a força e a coragem da sua mãe, que fazia também o papel de pai. A mãe mantinha a casa  apenas com a venda de fuba. Hoje tem os filhos todos formados.

Em 2011, Pedro Paxi teve o seu primeiro emprego remunerado na Órion, e, a partir daí, a sua vida e da família,em  geral, de certa forma, melhorou. O jornalista trabalhou na empresa em referência durante quatro anos como assessor de comunicação e na coordenação do projecto “Nsimbote”. Com o valor das viagens que fazia, deu para construir a primeira casa da sua mãe. Paxi fez questão de referenciar que antes de trabalhar na Órion, trabalhou na Bumbar Media & IT. “A Órion foi a oportunidade que mudou todo o paradigma da minha vida e deu-me a possibilidade de comprar a primeira arca e arrendar  uma casa melhor para a minha mãe. A vida começou a dar passos saudáveis”.

Pedro Paxi contou que foi secretário da Associação dos Músicos do Ngola Kiluanje, começando aí a aplicar os seus conhecimentos de jornalismo. Naquela altura, a Acção Angolana para as Mulheres pediu um grupo de pessoas para fazerem formação em Rádio. O jornalista lembra que não fazia parte deste grupo, tendo apenas, na qualidade de secretário da Associação dos Músicos do Ngola Kiluanje, encaminhado os jovens escolhidos para a formação. Nessa qualidade, interagiu com o formador, o jornalista Alexandre Cose. Este, deslumbrado com a sua desenvoltura, convidou-o para apresentar o programa “Acção para a Vida” na Rádio Ecclésia, que foi ao ar durante três meses, em 2002.

Com o fim do programa, Alexandre Cose pediu-lhe que não  fosse embora e assim tornou-se colaborador do programa denominado “Preço Justo e Luanda Escolar”. A colaboração durou cinco anos. Sem salário nem autorização para entrar em estúdio, mandava as matérias a partir da extensão do telefone dos guardas, na portaria, para o estúdio 40.


Gratidão à mãe

Pedro Paxi não se cansa de agradecer à sua mãe, que sempre foi o seu grande apoio. Nos cinco anos que trabalhou para a Rádio Ecclésia sem remuneração, era a mãe que lhe dava o dinheiro para o táxi, sem reclamar.

“Eu sonhava ser jogador, mas em 1997 eu imitava o Ernesto Bartolomeu, o Gabriel Niva, o Vaz Kinguri, e outros. Sabia que não tinha condições para ser jornalista, mas a vida, por si só, fez questão de me colocar no caminho da comunicação social e estou nisso há 20 anos, 11 dos quais na TV Zimbo”.

Pedro Paxi entrou na TV Zimbo em 2012. Na altura, não se falava sobre a assinatura do contrato, por esta razão regressou à Órion. Três meses depois, Bruno Constantino desistiu de apresentar o programa “World Brex” e ele mesmo sugeriu o nome de Pedro Paxi para o substituir. Foi assim que a TV Zimbo o chamou e finalmente acabou por ser formalizado o vínculo contratual.

“Hoje vivo a paixão de apresentar e produzir programas de TV, entregando 99 por cento da minha força de trabalho, situação que prejudica algumas áreas da minha vida. Pelo facto de ser editor de Sociedade e produtor de programas, muitas vezes passei a noite a trabalhar. Há dois anos, tenho feito menos, dada a boa colaboração de outros profissionais”.

Profissionais inspiradores e cenário do jornalismo

“No âmbito  da comunicação social inspiro-me em jornalistas como António de Sousa, Amílcar Xavier, Alexandre Cose, Walter Cristóvão e Mariano Brás pela sua teimosia. Internacionalmente, o jornalista de nacionalidade brasileira, que já foi da Globo e da Record, Domingos Meirelles, é uma fonte de inspiração para mim, dada a sua destreza em apostar em matérias ousadas”, confessa Pedro Paxi.

Para ele, o melhor do jornalismo é estar na rua a fazer reportagem. É aí onde sente que tem maior probabilidade de mostrar a sua habilidade. E quanto à apresentação, frisou que por ser “algo muito fixo”, não é tão prazeroso como buscar a verdade dos factos.

Para si, o jornalismo angolano não está no seu melhor. “Estamos a acabar com as limitações da autocensura que vem das interferências do poder político. Viemos de um tempo em que tínhamos medo, situação que tem de acabar, visto que uma malta jovem entra para a classe”.

Paxi explica melhor: “a autocensura a que me refiro é uma situação que está incutida na classe. Muitas vezes nem é o chefe que manda fazer a censura, mas o próprio jornalista já sabe que determinados factos não podem passar. Mas hoje passos estão a ser dados para que esta situação fique para trás, visto que a liberdade está a reinar”.

Quanto ao jornalismo na Internet, Pedro Paxi reconheceu que ganhou notoriedade na sociedade. “Hoje há muitos sites a informar o que querem e muitas vezes não provam o que informam. A estes há que fazer sentir a força da responsabilidade e da responsabilização. O jornalismo não é o que se quer informar, mas o que se pode informar. Em Angola, há um grande défice em provar o que se quer informar, situação que merece responsabilização. Vários são os sites que criam enfermidade e descredibilização, tiram dividendos através de chantagem. E isso está na classe juvenil”.

O jornalista falou, igualmente, da sua experiência pessoal no tocante ao exercício da liberdade de expressão. “Tive alguns processos. Não cheguei a ser responsabilizado porque os processos não chegaram a julgamento.Muitos deles foram arquivados por insuficiência de prova e outros pelo facto de o  queixoso não conseguir esclarecer os motivos pelos quais levantou  o processo”.

Lembrou que o processo mais recente movido contra si derivou de uma situação que passou no programa “Fala Angola”. “Dada a sensibilidade do programa, temos recebido ameaças, injúrias, insultos. Mas o objectivo do programa é tão somente fazer jornalismo para o cidadão, espelhando as grandes preocupações da sociedade, para os decisores resolverem os problemas do povo”.

Fonte: JA

Ver mais em: https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/pedro-paxi-das-garras-da-pobreza-para-a-ribalta-do-jornalismo/

 

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