Trabalhadores Marcham em Luanda por Empregos Dignos, Salários Justos e Melhores Condições Laborais
Mais de 14 mil trabalhadores participaram recentemente numa marcha realizada na província de Luanda, numa clara demonstração de força, união e exigência por empregos dignos, valorização profissional e melhores condições de trabalho.
A manifestação foi organizada pela União Nacional dos Trabalhadores Angolanos (UNTA), com o apoio de vários sindicatos nacionais. Segundo a secretária-geral da UNTA, Filomena Soares, a marcha teve como objetivo demonstrar que os angolanos estão prontos para trabalhar e produzir, mas exigem respeito, condições e justiça social.
“Precisamos incutir na mente dos empregadores que os trabalhadores representam a principal franja da população que produz. Sem produção, não há salários mínimos, nem trabalhadores saudáveis”, afirmou a líder sindical.
Filomena Soares defendeu ainda que é urgente reforçar a negociação colectiva permanente, como pilar essencial para o desenvolvimento económico do país, além da necessidade dos empregadores investirem mais na valorização dos seus colaboradores com salários compatíveis com o custo de vida actual.
Entre as principais dificuldades apontadas pelos trabalhadores estão:
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Baixos salários que não cobrem nem 10 dias de alimentação mensal;
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Más condições nos locais de trabalho;
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Falta de higiene e segurança;
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Falta de cultura de diálogo entre empresas e trabalhadores.
O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Pedro Miguel, destacou que os profissionais da comunicação enfrentam problemas com progressão na carreira, salários defasados, além de falta de transporte e meios adequados para reportagens. Ele pediu paciência, afirmando que esforços estão em curso para melhorar as condições nos órgãos de comunicação social.
Por sua vez, o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF), Ademar Jinguma, chamou a atenção para o sofrimento da classe docente da administração pública:
“Hoje, os salários já não cobrem mais do que dez dias de alimentação. Isso é grave e inaceitável. Viemos à marcha para dizer basta!”
A marcha termina com um grito de esperança e resistência: os trabalhadores querem ser parte ativa da construção do país, mas exigem respeito, condições dignas e reconhecimento pelo seu esforço.