O sector mobiliário em Angola é dominado por empresas chinesas

Sector apresenta vários desafios, mas oferece também oportunidades, quer ao nível de empregabilidade como de investimentos. Muito material vendido no País já é de produção nacional. Mas o sector carece de uma associação que o represente e de um órgão regulador para crescer e formalizar-se

O sector mobiliário angolano é hoje dominado por empresas chinesas, que já produzem no País mobílias adaptadas ao padrão de consumo dos angolanos, que priorizam cada vez mais mobiliário com acabamento mais refinado. Ainda assim, a maior parte da matéria-prima acaba por vir do estrangeiro e só a madeira nacional acaba por ser utilizada nesta indústria.

De acordo com uma pesquisa da consultora Alto Internacional, as dez principais empresas que actuam no País são essencialmente de origem chinesa (as principais cinco) e portuguesa.

Segundo a administradora executiva da consultora, Vânia Frederico, estas empresas chinesas já produzem no País com madeira nacional e com a matéria-prima que se traz de fora. “Às vezes pensamos que é uma mobília importada, mas estamos a consumir muito produto feito cá, mas que na sua composição mais de 50% do material não é nacional. Às vezes é só mesmo a madeira que é nossa”, refere. Apesar de ser um sector que movimenta biliões Kz mensalmente, ainda há muitos desafios no mercado mobiliário e também muitas oportunidades, quer seja ao nível do emprego quer mesmo para investidores.

A nível nacional não se consegue produzir mobiliário com uma superfície mais refinada como as importadas por falta de material. “Daí que encontramos uma oportunidade de negócio no sector. Pois falta material que tem a ver com acabamento, com as bases e alisamento que o País não tem, e isso constitui também um factor impeditivo para os produtores locais competirem, porque certamente que com os nossos padrões de consumo vamos preferir uma base lisa, mais acabada, do que algo rústico”, salientou.

A responsável acrescentou que os que têm o monopólio estudaram bem quais são os nossos padrões de consumo. E às vezes os materiais que trazem não são de primeira linha e nem são de madeira, muitas vezes são apenas componentes da madeira. E isso acontece porque a indústria da madeira no estrangeiro aproveita 100% da madeira e em Angola muitas vezes nem 70% da madeira é aproveitada.

Vânia Frederico destacou que se olha com algum “desdém” para os construtores mobiliários, mas há muita necessidade no mercado. Ou seja, é um sector promissor e com inúmeras oportunidades de investimentos.

Como desafio para os produtores locais, o estudo da consultora aponta para a questão do acabamento, para que a mobília seja tão refinada como a de fora, e para as estratégias de marketing, porque as pessoas compram aquilo que vêem. Para a responsável, uma empresa pequena ou um pequeno produtor não vai atrás do cliente como as grandes empresas e isso tem a ver com os padrões de negócios dos pequenos carpinteiros que nunca chegam a evoluir os seus negócios para empresas formais. É necessário que se saia desses padrões de venda para potenciar a concorrência, o que favorece os consumidores. “Os estrangeiros conseguiram estudar o mercado e se apropriar dele, os produtores locais, alguns deles, têm atitudes de vítimas. Porém, o mercado é feito de concorrência e é saudável para evoluir e inovar”, sublinha.

Conforme Vânia Frederico, o modus operandi dos carpinteiros já não é sustentável e se continuar assim há mesmo o risco de a profissão ser extinta por falta de acesso a consumidores que cada vez mais preferem mobília com um padrão superior de construção. “Há necessidade de evoluir de carpinteiro para empreendedor ou empresário. Às vezes é uma questão de vontade. Já realizámos eventos onde convidamos carpinteiros e eles não aparecem. A carpintaria não se vai extinguir, mas os carpinteiros sim, porque vão surgir empresas no domínio de mobília”, ressaltou.

Fonte: J/E

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