Há sensivelmente três semanas que as províncias do Cunene, Huíla e Namibe registam escassez de combustíveis, o que leva a longas filas de automobilistas e moto-taxistas à espera para abastecer e muitos empresários a ficarem em pânico ao verem as suas reservas a chegarem ao fim. A Sonangol culpa o mau estado do mar no sul do país.
Os habitantes nestas cidades contam que há longas filas e muitos automobilistas estão a pernoitar nas bombas para conseguirem o combustível necessário para o seu dia a dia. Na província do Namibe um empresário confirmou que estão há três semanas e que a situação está a criar inúmeras dificuldades aos automobilistas e não só. O Novo Jornal sabe que muitos empresários estão a ficar sem reservas de combustíveis e o risco de encerrar as empresas é real e podem começar em catadupa já esta semana, se não fro encontrada uma solução.
Muitos deslocam-se pelos seus meios para norte em busca de gasóleo. Nas províncias da Huíla e do Cunene, onde, de acordo com residentes contactados pela Novo Jornal, a escassez causou o aumento do preço da corrida de táxi e muitos são os condutores que parquearam as suas viaturas e motorizadas.
No mercado informal destas províncias, o litro da gasolina esta a ser vendido a 500 kwanzas, uma situação que faz com que a corrida do preço do táxi aumentasse de 150 para 300, e 500 kwanzas em alguns pontos. E quando abastecem as bombas o combustível desaparece em poucas horas porque a procura é muito elevada agora, contaram alguns habitantes nestas províncias que manifestaram descontentamento pela constante falta de combustível nos postos de atendimento. A SONANGOL explicou em comunicado, em finais de mês passado, que, por causa das calemas, estão a ver condicionadas as atracagens de navios nos mares do Namibe e Benguela, centros de abastecimento de combustível na região centro e sul de Angola e assegura que o problema está a ser resolvido.
População do Cunene diz que combustível está a “voar” para a Namíbia
Na cidade de Ondjiva, na província do Cunene, a população denuncia que o combustível tem estado a ser muito contrabandeado para a vizinha Namíbia e que são agora muitas as viaturas estrangeiras a entrarem para Angola com o intuito de abastecerem, tal como noticiou o Novo Jornal no mês de Julho, após constatação no local.
A população clama por mais postos de abastecimentos visto que na cidade de Ondjiva existem apenas três postos de abastecimentos e denunciam que o contrabando de combustível tem ganhado corpo nos últimos meses e que automobilistas da Namíbia têm estado a adulterar os depósitos das suas viaturas de forma a levar mais gasolina e gasóleo.
Segundo a população, são muitas as viaturas que atravessam a fronteira e entram na cidade simplesmente para abastecer os seus depósitos e depois regressam para a Namíbia.
A frequência de viaturas da Namíbia em solo angolano visa, na maior parte das vezes, abastecer nos postos de combustível do Cunene, pelo facto de o preço dos combustíveis naquele país ser mais caro em relação ao praticado em Angola. O Novo Jornal constatou este facto na cidade de Ondjiva, onde esteve no passado mês de Julho e na ocasião conversou com alguns automobilistas da Namíbia, que têm nesta deslocações ao lado angolano da fronteira uma forma de ganhar bastante dinheiro, considerando que um litro de gasolina no país vizinho, pode custar quase três vezes mais que em Angola, 18 dólares namibianos, cerca de 800 Kz, sendo a diferença ainda maior no caso do gasóleo devido à política de subsidiação dos combustíveis angolana.
“Na Namíbia o litro da gasolina é muito mais caro do que em Angola, por isso nós, que estamos mais próximos da fronteira, viemos abastecer”, disse ao Novo Jornal o cidadão namibiano Hage Kugongelwa. Conforme Hage Kugongelwa, que o Novo Jornal encontrou a abastecer a sua viatura num posto de combustível de Ondjiva, como ele estão muitos namibianos que têm cruzado a fronteira de Angola para comprar combustível e depois levá-lo para o seu País para o comercializarem. O Novo Jornal tentou ouvir as autoridades polícias da província, sobre o assunto, mas sem sucesso.
Fonte; Novo Jornal
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